Edição nº 1709 - 29 de setembro de 2021

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

COMO SE PREVIA, tivemos em quase todas as autarquias do nosso Distrito, os resultados eleitorais que eram esperados. Um distrito que continuou a estar pintado de cor-de-rosa, apenas três, Fundão, Oleiros e Vila de Rei a manterem-se na linha do PSD. E aqui reside uma das surpresas da noite, com a Sertã, tradicionalmente laranja, a cair para o PS, uma vitória que nos parece ter surpreendido mesmo o partido vencedor. Foi uma boa vitória de Carlos Miranda, professor e diretor do Instituto Vaz Serra durante 14 anos. A outra meia surpresa foi a da vitória de Leopoldo Rodrigues, candidato do PS, em Castelo Branco. Foi uma vitória muito suada sobre o movimento criado por Luís Correia que mostrou estar politicamente bem vivo. Tendo ganho nove freguesias do Concelho, a influencia de Luís Correia é de assinalar, um dado que o novo presidente da autarquia terá de ter em conta. E, finalmente, como já tínhamos antecipado em crónica anterior, temos um PSD com fraca votação, mas a suficiente para lhe dar um vereador. João Belém poderá ser o fiel da balança na governabilidade do Concelho de Castelo Branco. E não queria deixar de referir o Chega que ficou em quarto lugar à frente dos partidos mais à esquerda, com um BE a ter uma votação residual. Se o Chega, em Castelo Branco, fez uma aposta forte e obteve um bom resultado, o mesmo não aconteceu na Covilhã onde apresentou um candidato caricato e alvo de chacota nacional. Se calhar ao André Ventura isso não importa, desde que falem dele...
Se localmente o PS pode cantar vitória, já a nível nacional não o pode fazer com o mesmo entusiasmo. Foram eleições em que a maioria dos partidos e movimentos de uma forma ou outra reclamam vitórias. O PS continua a ser o partido mais votado e com maior número de câmaras, mas perdeu duas joias da coroa, Lisboa e Coimbra, e foi um desastre no Porto. São resultados que dão ao eleitor médio uma perceção de derrota de António Costa que ofuscou conquistas importantes como Loures ou a confirmação de Almada, agora com a maioria absoluta conseguida por Inês de Medeiros. Curiosamente as conquistas mais importantes do PS foram à custa do PCP. Estes resultados podem ser reflexo de algum cansaço do governo socialista ou motivados por erros estratégicos da campanha protagonizada por António Costa. E estas eleições correram de feição a Rui Rio que agora vai ver a sua liderança entrar num período de bonança, com os críticos a guardarem as armas para melhor ocasião. Finalmente, umas palavras para o CDS que apesar do entusiasmo esfuziante e quase juvenil de Francisco Rodrigues dos Santos, pelas conquistas em Lisboa e Porto e a manutenção das seis autarquias que já liderava, aparece cada vez mais irrelevante quando concorre sozinho e a sugerir que o futuro passará inexoravelmente pela fusão com o seu habitual parceiro de coligação.

29/09/2021
 

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