Edição nº 1745 - 8 de junho de 2022

José Dias Pires
HOMENAGEAR O ASSOCIATIVISMO

No dia 31 de maio, comemorou-se o Dia Nacional das Associações e Coletividades.
Em Castelo Branco, o associativismo remonta a meados do século XIX através da Assembleia de Castelo Branco fundada em 2 de dezembro de 1849.
Contudo, na nossa comunidade, a grande expansão do associativismo só aconteceu, naturalmente, depois de 1974. O défice de atuação do Estado-Providência, que não conseguia responder às necessidades da população, viria a ser parcialmente compensado pelas movimentações associativas de uma sociedade que se fortalecia nas relações comunitárias, no interconhecimento e na entreajuda.
Enquanto movimentos organizativos que assentam em três bases essenciais que são a democracia, a liberdade e a solidariedade, as associações obrigam-se a ter um papel de complementaridade de algumas das funções preconizadoras do bem-estar da população que eram (e são) da responsabilidade estatal (autarquias incluídas).
Foi assim que, para além do associativismo mais tradicional, surgiram outras soluções que se traduziriam em associações de tipo novo que não podem, nem devem, esquecer que lhes cabe exercitar a democracia participativa através da proteção dos direitos das crianças e jovens, dos idosos, das mulheres e das pessoas excluídas socialmente por qualquer que seja a razão; do reconhecimento dos novos direitos ambientais e das minorias e ainda pela participação ativa em estratégias de desenvolvimento local.
Hoje, e cada vez mais, para que o associativismo seja o elogio do exercício da cidadania, todas as associações (e em especial aquelas que prestam serviços comunitários específicos ou gerais) devem obrigar-se a gerar ações de solidariedade que impliquem alcançar objetivos comuns através da participação voluntária dos seus associados.
Por isso, homenagear o associativismo é compreender, reconhecer e exigir-lhe que seja um instrumento que pode, e deve, funcionar como um meio de coesão social e de cidadania democrática, propiciador de espaços de auto-organização dos cidadãos, capazes de satisfazer os associados e de servir a co-munidade.
Homenageemos, pois, quem promove a cidadania, a relação entre vizinhos e as iniciativas que tenham vontade de criar uma sociedade melhor sem temer confrontar-se com problemas e desafios, mas também capazes de aproveitar oportunidades únicas, quando a escolha for constituir-se como eixo fundamental para aprofundar a democracia e encorajar a proximidade e a solidariedade.
As vossas (nossas) coletividades reveem-se neste espelho?
Ainda bem: estão, por isso, de parabéns.

08/06/2022
 

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