António Tavares
Editorial
Em Portugal estes dias quentes do início do mês de outubro ainda fazem lembrar o verão, que já lá vai. Estamos a pouco mais de dois meses do Natal, do qual já se começa a ouvir falar, pois há quem goste de antecipar as comprar natalícias, mas na Venezuela já é Natal, desde dia 1 de outubro.
Nada que seja surpreendente, uma vez que desde 2013 naquele país o Natal começa bem mais cedo que nos outros pontos do Mundo, por decisão do presidente Nicolás Maduro.
Tudo começou em 2013, quando na Venezuela o Natal teve início em novembro. Entre 2014 e 2022, começou em diferentes dias ao longo do mês de outubro, para em 2023 ser no final de setembro. Já no ano passado mudou-se para o dia 1 de outubro, data que se mantém este ano, ao que tudo indica como escolha definitiva, enquanto o presidente quiser.
Por cá, Ary dos Santos escreveu o poema Natal é Quando o Homem quiser, o qual Nicolás Maduro decidiu levar à letra, não na perspetiva do poeta Português, ao contestar um Natal comercial, mas com a finalidade de desviar as atenções políticas. De resto esta mudança já mereceu inclusive as críticas da Igreja Católica, por razões óbvias.
Pois bem, que seja Natal quando o Homem quiser, em nome da paz e da fraternidade, mas, para já, em Portugal, a festa que está na rua é a da campanha para as eleições Autárquicas do próximo domingo, 12 de outubro, não esquecendo que votar é um dever cívico.