Ainda existe o pensamento de que o exercício físico tem como principal objetivo emagrecer, alcançar aquele corpo invejável, quando na verdade, podemos enumerar benefícios muito maiores.
Isto não significa que temos que deixar de lado a importância de estarmos bem fisicamente em todas as faixas etárias, de criança a idoso.
Na atual sociedade em que vivemos e, ultimamente, em consequência da pandemia, as pessoas tendem a buscar incessantemente o equilíbrio familiar, trabalho e algum lazer.
A prática da atividade física regular promove benefícios estéticos e isto não temos dúvidas mas, juntamente, melhora a autoestima, auxilia na redução de hormonas como adrenalina, noradrenalina e cortisol, as chamadas hormonas do stress, com a diminuição destes componentes, consequentemente outros benefícios serão proporcionados como, a redução da sensação de insatisfação, depressão e ansiedade, equilibro da frequência cardíaca, auxiliando no relaxamento corporal e mental.
Este fenómeno ocorre porque quando praticamos atividade física, o nosso corpo libera uma substância chamada endorfina, responsável pela sensação de bem-estar e não importa a intensidade do exercício, da mais leve à mais intensa. Estudos apontam que a atividade física regular diminui os riscos de depressão e reduz a perda cognitiva em pacientes com mal de alzheimer. Por exemplo, caminhar, correr ou pedalar são fundamentais para manter uma capacidade neurológica saudável, mesmo com o avanço da idade.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o sedentarismo uma epidemia ou seja, a falta de exercício deixou de ser uma preocupação meramente estética para se transformar em um grave problema de saúde pública, responsável por dois milhões de mortes a cada ano.
De modo geral, o destaque que se dá, no que toca ao sedentarismo para a saúde, é hipertensão, diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares, mas o impacto dos hábitos sedentários na saúde mental pode ser igualmente devastador.
Além de aliviar o estress e melhorar os sintomas de depressão, a prática regular de exercícios também auxilia na prevenção secundária em pacientes com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e transtorno de estress pós-traumático. Exercitar-se regularmente é uma das maneiras mais eficazes de reduzir os sintomas e melhorar os níveis de concentração, motivação, memória e humor.
No que respeita aos benefícios específicos em determinadas doenças mentais, salientam-se os seguintes:
– nas perturbações de ansiedade: o exercício desencadeia mecanismos de redução da ansiedade, que podem ser tão eficazes quanto as terapias cognitivo-comportamentais; reduz a tensão e a irritabilidade e pode diminuir a frequência dos ataques de pânico.
– na depressão: um largo número de estudos relatou a diminuição dos sintomas depressivos e uma melhoria evidente ao nível do sono em pessoas com depressão, com efeitos semelhantes a terapias cognitivas e medicamentosas. Exercício combinado (aeróbio + anaeróbio) e de resistência mostraram efeitos mais positivos do que apenas o aeróbio.
– perturbação bipolar: pessoas com perturbação bipolar cansam-se mais rapidamente durante atividade física moderada. Estudos demonstram que exercício aeróbio regular pode ajudar no controlo do stress, ansiedade e depressão.
– psicose: redução da gordura corporal, IMC, bem como diminuição dos sintomas positivos (alucinações e delírios) e sintomas negativos (isolamento social, falta de energia, falta de motivação, etc.). Para além disso, planos de treino que combinam treino aeróbio e de força indicam aumento da funcionalidade que se relaciona com aumento do bem-estar psicológico. Mais recentemente, têm sido comprovados benefícios ainda maiores em pessoas com esquizofrenia praticantes de yoga.
Em conclusão, destaco sempre a necessidade de planos de exercício devidamente orientados por profissionais competentes e especializados.
Cuide-se...
Seja feliz...
Faça por isso.

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