ESTUDO DA ANACOM REVELA
Seis localidades do Concelho não têm cobertura de rede móvel de voz e dados
Seis localidades do Concelho de Castelo Branco, não têm cobertura de rede móvel de voz e dados. A revelação foi feita na passada sexta-feira, 1 de julho, pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), que realizou um estudo de avaliação do desempenho de serviços móveis e de cobertura GSM, UMTS, LTE e NR, dando agora a conhecer os resultados.
No encontro realizado na Câmara de Castelo Branco, que contou com a presença do presidente do Conselho de Administração da ANACOM, João Cadete de Matos, foi avançado que “no Concelho de Castelo Branco, as regiões Oeste e Noroeste são as mais críticas em termos de cobertura”, sendo que em seis localidades, que são Vale da Figueira, Pé da Serra, Pomar, Lisga, Sesminho e Tripeiro, se regista “uma total ausência de cobertura de rede móvel”.
É também avançado que no respeitante a acesso de dados em 24 localidades, mais concretamente Monte do Chaveiro, Mata, Vale da Torre, Casal da Serra, Tripeiro, Partida, Vale de Figueira, Rochas de Cima, Ribeira de Eiras, Ingarnal, Azenha de Cima, Pisão, Pé da Serra, Monte Goula, Gatas, Almoinhas, Azenha de Baixo, Gualdins, Pomar, Lisga, Sesmo, Sesminho, Gaviãozinho e Vale Bonito “não existe possibilidade de aceder à Internet, com total ausência de acesso a dados”.
Nas conclusões do estudo pode também ler-se que “no domínio de acesso a dados, no Concelho de Castelo Branco existirá acentuada e premente necessidade de face à quantidade de locais sem acesso a dados, assim como muitos locais com débitos de download e upload inapropriados para uso eficiente de Internet e seus serviços associados”.
Uma conclusão importante é que “caso já existissem acordos de roaming nacional em Portugal, permitindo que os clientes de qualquer um dos operadores se pudessem conectar à antena de outro operador, quando a qualidade do sinal do seu operador não fosse aceitável, teríamos uma cobertura bastante melhor”.
O estudo no terreno decorreu de 13 a 15 e 20 e 21 de junho, sendo que nesses cinco dias foram percorridos 654 quilómetros, e a amostra foi de 1.911 chamadas de voz, 457 sessões de dados e 153.183 medições de sinal rádio.
No que respeita à qualidade do sinal, o estudo revela que no caso da MEO, é inexistente, muito má ou má em 25 por cento das amostras. Uma percentagem que aumenta para 32,8 pontos percentuais no que se refere à NOS e para 52,1 pontos percentuais no caso da Vodafone.
Nesta vertente é ainda adiantado que “caso já existissem acordos de roaming nacional em Portugal, considerando o melhor sinal dos três operadores em cada ponto, teríamos uma cobertura agregada de melhor qualidade no Concelho de Castelo Branco, com a qualidade de sinal inexistente, muita má e má em apenas 20,9 por cento dos registos”.
Na área de chamadas de voz, efetuadas de terminal móvel para terminal móvel do mesmo operador, o estudo conclui que “não foi possível estabelecer ou concluir com sucesso uma chamada em cada 10”, sendo esta a média dos três operadores”, avançando igualmente que se registaram “11 por cento de chamadas falhadas, com 10 por cento de chamadas perdidas e um por cento de chamadas abandonadas”.
Na análise das chamadas de voz por operadores na MEO registaram-se “10,6 por ceno de chamadas falhadas, com 9,3 por cento de chamadas perdidas e 1,3 por cento de chamadas abandonadas”. Na NOS foram “8,4 por cento as chamadas falhadas, com 7,5 por cento de chamadas perdidas e 0,9 por cento de chamadas abandonadas”. Isto enquanto na Vodafone foram “13,4 por cento as chamadas falhadas, com 12,9 por cento de chamadas perdidas e 0,5 por cento de cha-madas abandonadas”.
Perante estes dados, João Cadete de Matos sublinhou que “quando se fala tanto no 5G, há pessoas no Concelho de Castelo Branco que não têm 2G. Que não podem fazer uma chamada de telemóvel, mesmo que seja para o 112”.
João Cadete de Matos destacou ainda que um dos objetivos do estudo “é dizer às empresas que prestam estes serviços, que devem resolver as questões, corrigir a situação. Este estudo serve para colocar pressão nas empresas”.
António Tavares