Edição nº 1749 - 6 de julho de 2022

José Dias Pires
TERRAS TEMPLÁRIAS 2022 - UMA LONGA VIAGEM NO TEMPO

Foi este o tema da relevante conferência realizada dia 2 de julho na Igreja de Santa Maria do Castelo, no âmbito da edição das Terras Templárias 2022.
As intervenções da Professora Paula Pinto Costa, do Arquiteto Nuno Villamariz, dos historiadores Joaquim Moreira, Pedro Salvado e Júlio Vaz de Carvalho foram importante contributo para a perceção do que somos, de onde vimos e de para onde devemos ir, contribuindo para supressão do que nos falha e do que nos falta.
Na verdade, apesar da fundamentação que substanciou as cinco intervenções, a sensibilidade comunitária para as questões estruturantes da nossa memória, que é o nosso património identitário, se muito necessita da história enquanto ciência, mais ainda depende do efetivo exercício da cidadania que, acompanhando a arqueologia da crítica, melhor direcionará a sua acutilância se possibilitar vencer o complexo de exclusão e possibilitar o sentimento de pertença.
Quando falamos da memória histórica de Castelo Branco, da sua localização, visibilidade e dimensão urbana que se percebe a partir das suas ruas que, em muito, contribuem para a construção dos objetos históricos que lhe estão (devem estar) associados, estamos, naturalmente, a ficar obrigados com a sua apreensão social: o crescimento de Castelo Branco cidade determina que olhemos, de forma sustentada, para as suas origens, para a elas podermos regressar e permitir a outros que as descubram.
Castelo Branco, tal como a memória templária, ultrapassa as fronteiras temporais da sua existência. A importância dos documento de pedra, que por aqui se foram perdendo desde o século XVII e, com maior incidência, a partir de 1835, desafiam-nos a compromissos de recuperação: as muralhas e torres, na sua plenitude, será tarefa muito difícil. Contudo, a reconstrução do Paço dos Alcaides e Comendadores, do qual existe documentação visual facilitadora, é claramente uma possibilidade que devemos equacionar e assumir, porque não devemos satisfazer-nos com o que somos, mas dar respeitosa dimensão ao que fomos.
Fomos, somos e seremos uma das cabeças de um território alargado por Afonso Henriques até ao rio Tejo, e, tal como os Templários na sua época, obrigamo-nos hoje a quatro linhas de intervenção:
. A guerra - no nosso caso, contra o estigma da interioridade.
. As fronteiras - ao que a nós respeita, procurar eliminá-las para que as linhas de demarcação política e económica não nos inibam o desenvolvimento.
. O povoamento - rejuvenescer e não alimentar o paradigma compensatório para que nos querem empurrar de preservar, mesmo que com muita qualidade, o envelhecimento
. Retomar a dinâmica económica - o mesmo é dizer, promover os aspetos essenciais a nossa economia: a agricultura e os pilares que a sustentam: os circuitos comerciais e a facilitação a operadores, produtores e transformadores para que aqui assentem arraiais; as áreas de atratividade: a história, a cultura e o património alargado deste território templário com centralidade em Castelo Branco.
Tal como na Ordem do Templo, importa que recuperemos as duas principais vertentes da sua composição:
- O voluntariado, gerado nos compromissos das responsabilidades institucionais.
- O exercício da cidadania daqueles que, motivados pelos anteriormente referidos, se sentem compelidos a participar.

06/07/2022
 

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