João Belém
VERÃO ….. E AS NOSSA FÉRIAS
“A arte do descanso é uma parte da arte de trabalhar.”
John Steinbeck
Mais uma vez estamos a chegar a agosto, que é, como sabemos, o mês por excelência de férias para a maioria dos portugueses.
Todos desejamos também que seja um período de descanso onde tentaremos programar algumas coisas que, entretanto, devido à azafama da vida, não tivemos oportunidade de fazer; Há tempo para tudo: descansar, divertir, ler, conversar e especialmente o fascínio de não estarmos sempre a olhar para o relógio. Enfim, um período em que alguns de nós teremos oportunidade de estar com a família; o reencontro com velhos amigos…
Para alguns o verão é considerada a “silly season“ expressão inglesa que designa o período do ano de menor intensidade informativa nos media, sendo a altura em que os critérios de seleção jornalísticos se tornam mais flexíveis, passando a considerar como relevantes assuntos que, geralmente, não constituiriam objeto de notícia “ ( Infopédia ).
Mas eu não a considero como tal.
Senão vejamos o que podemos ouvir nos cafés e restaurantes por onde passamos durante estes dias.
Na mesa ao lado está uma família numerosa e vemos todos alheados de tudo entregues aos seus «smartphones» e inerentes redes sociais, na sua realidade virtual.
Acolá um grupo analisa a situação política atual, tema quente deste verão em virtude da situação que atravessamos e reportando sugestões de algum jornal ouvimos discursos inflamados e muitas vezes com alguns decibéis a mais, (pois há pessoas que gostam de se fazer ouvir não ligando ao incomodo que originam), sobre os eventuais desafios que temos pela frente, tais como, a participação colaborativa, agora muito em moda, a inclusão social e a competitividade, entre outros.
Eis-nos agora num restaurante saboreando uma excelente sardinhada acompanhada por um bom tinto alentejano quando um casal numa mesa perto resolve dar uma lição ao empregado sobre a maneira de escolher um bom melão pois aquele que lhe foi servido não está a seu gosto. É interessante ver como a maior parte das pessoas se arvora em especialista nas mais diversas matérias, não respeitando nem ouvindo a opinião de pessoas que durante a sua vida profissional mereciam melhor atenção.
Concluindo: temos mais tempo para nós próprios - o que devia acontecer mais vezes - pois é cada vez mais importante pararmos para refletirmos e meditarmos sobre a nossa vida e assim podermos delinear mais convictamente as estratégias a seguir no caminho escolhido.