Um novo concurso para a reabilitação do Colégio de São Fiel, no âmbito do programa Revive, foi lançado esta terça-feira, 20 de dezembro, numa cerimónia realizada no Salão Nobre da Câmara de Castelo Branco, que contou com a presença do secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda.
Refira-se que este é o terceiro concurso a ser lançado com este objetivo, uma vez que nos dois anteriores não houve nenhum concorrente.
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, afirmou que “este é um ato gratificante e entusiasmante”, porque o Colégio de São Fiel “é uma referência pelo edificado, com um edifício emblemático que se destaca na paisagem”.
Mas não só, pois o autarca avançou que “é também uma referência na educação e na cultura”, recordando que “foi ali que os Jesuítas tiveram uma presença significativa na área da educação”.
Depois disso, “nos últimos anos, o Ministério da Justiça utilizou o Colégio para a reinserção social e, mesmo nesse tempo marcou, o território e as gentes”.
Leopoldo Rodrigues recordou que “mais que uma vez o Revive olhou para o Colégio de São Fiel, com a disponibilidade para ali desenvolver um projeto”, sendo da opinião que “estamos convictos que desta vez alguma coisa de muito positivo pode acontecer”.
Por outro lado destacou a importância de “um investimento para recuperar o Colégio de São Fiel que, neste momento, corre risco de colapso, principalmente depois dos incêndios de 2017, que vieram agravar a situação”.
Por isso defendeu que “é necessário deitar-lhe a mão e recuperar aquele espaço”, deixando a esperança que “haja investidores disponíveis para fazer este investimento”, para que o edifício e o espaço envolvente volte a ter vida, atividade, na área do turismo”, aproveitando para frisar o facto do Colégio de São Fiel “ficar no sopé da Serra da Gardunha, com uma localização de excelência, pelo que tem tudo para se afirmar como um grande centro de turismo, de desenvolvimento”.
No que se respeita ao Colégio de São Fiel, em Louriçal do Campo, o Turismo de Portugal refere que “no sopé da Serra da Gardunha ergue-se o majestoso edifício do antigo colégio jesuíta. Inserido numa vasta propriedade arborizada, este imóvel data da segunda metade do Século XIX, articulado em diversas alas de planta retangular, com dois ou três pisos e um torreão. A igreja situa-se num topo e o claustro, embora adulterado, é de inspiração franciscana. Além de importantes laboratórios e equipamentos de ensino, o colégio possuía um observatório meteorológico que funcionou até 1910, um museu zoológico e um valioso herbário. No colégio foi editada, em 1902, a primeira revista Brotéria. Nele concluiu os estudos secundários Egas Moniz, prémio Nobel da Medicina em 1949”.
O Turismo Portugal adianta ainda que “a área a afetar a uso turístico é a totalidade do imóvel, excluindo a área do campo de jogos e piscina”.
Relembre-se, também, que o programa Revive foi lançado em 2016, tratando-se de uma iniciativa conjunta dos ministérios da Economia, Cultura e Finanças, com a colaboração das autarquias locais e a coordenação do Turismo de Portugal, que tem como objetivo promover e agilizar os processos de rentabilização e preservação de património público que se encontra devoluto, tornando-o apto para afetação a uma atividade económica com finalidade turística, gerar riqueza e postos de trabalho, promover o reforço da atratividade de destinos regionais, a desconcentração da procura e o desenvolvimento de várias regiões do País.
António Tavares

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