Edição nº 1774 - 4 de janeiro de 2023

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

E DEPOIS DE UM ANO que será recordado na História como o ano em que a guerra voltou às fronteiras da Europa, uma III Grande Guerra que acontece num mundo global com muitas interdependências económicas e tecnológicas, entrámos no novo ano, com as nuvens negras da guerra cada vez mais sombrias e a ameaçar tempestades. Que o vilão da história ameaça poder ser mesmo tempestade nuclear, aquela a que ninguém escapa, mesmo quem a inicia. Que 2023 continuará sob o signo da guerra, disso ninguém duvida. Com a agravante de os caminhos trilhados terem sido de tal forma traçados que parecem não terem retorno. Afigura-se difícil que o país agredido se sente à mesa de negociações para a paz com o agressor, que vê como derrota qualquer cedência que faça, sabendo que a derrota será o fim de linha do poder do ditador, pois os seus capangas não aceitam nada que não seja a vitória, mesmo que para isso tenham de eliminar da face da Terra os ratos ucranianos (Medvedev dixit). E a derrota do agressor vai fazer o povo perguntar-se porquê uma guerra onde (até agora) já terão morrido cem mil soldados russos, que esposas, filhos e pais hoje nem podem manifestar publicamente a sua dor por ela ser antipatriótica. E os ditadores não gostam mesmo nada que o povo faça perguntas. Mesmo que as dúvidas não sejam verbalizadas. Por isso, a sensação que o comum das pessoas tem é de que se chegou a um beco sem saída, se se aceita que o agressor não pode perder, havendo mesmo políticos ocidentais que defendem cedências, provavelmente passando pela entrega do território conquistado, algo que vai contra todas as normas internacionais, seria como um árbitro a beneficiar o infrator. E o país agredido tem e terá todo o apoio possível dos seus aliados, não se considerando a hipótese, mesmo que remota, da sua derrota, porque seria a derrota de todo um mundo liberal e democrático onde vivemos. Apesar de termos um horizonte carregado de nuvens ameaçadoras, quem sabe se contra todos os prognósticos não abre o sol? e este ano até poderá vir a ser um ano de alegria, estabilidade política e social, fim de regimes autocráticos e ditatoriais e, finalmente, da paz que acabe com o sofrimento do povo ucraniano e de outros povos que por viverem em regiões mais distantes da Europa, não merecem destaques nos telejornais.

NA ÚLTIMA EDIÇÃO DA GAZETA, escrevia João Belém, nosso prezado colaborador e amigo de longa data que (e cito) devemos elogiar mais... e em público e criticar menos... e em privado. Quando alguém recebe um elogio quer melhorar ainda mais... Foi destas sábias palavras que me lembrei, quando assisti no centro da cidade albicastrense a um excelente espetáculo de entrada no novo ano. A começar por um muito bem conseguido espetáculo de fogo de artifício que encheu o céu da cidade (e das freguesias) de luz, som e cor. Com continuação num concerto de Carlão com Marisa Liz como convidada. Um concerto de grande qualidade, pela música e pela cenografia. A autarquia, o seu presidente Leopoldo Rodrigues, estão de parabéns por não se terem tentado na música pimba de efeito fácil e tiveram a resposta com uma praça cheia e animada. E a vida de uma comunidade também é feita destes pequenos nadas.

04/01/2023
 

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