Edição nº 1777 - 25 de janeiro de 2023

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

OS BRASILEIROS POUCO A POUCO vão despertando para os horrores da era bolsonarista. Um despertar que não é fácil para todos, porque os brasileiros, apesar de todos os desmandos terroristas e golpistas, continuam divididos. É surpreendente que depois da invasão, roubo e destruição de património de valor histórico e cultural incalculável, dos edifícios de Brasília que albergam os três poderes, ainda haja mais de 30 por cento dos brasileiros que considerem os criminosos como patriotas. Os criminosos que de tão imbecis ou considerando-se ungidos pela graça do seu chefe, destruíram de cara descoberta tudo o que lhes deu na gana, fossem obra de arte ou objetos de grande valor histórico. Foi relativamente fácil identificá-los, prendê-los e certamente o julgamento vai ser exemplar. Como está a ser o julgamento das políticas do governo de Bolsonaro para com a população índia, a caminho do genocídio. Por estes dias tem sido tema de debate no Brasil o caso dos índios Ionamami, que habitam a Amazónia. Com uma crise sanitária, com casos graves de desnutrição e doenças que levou a uma intervenção rápida do governo de Lula da Silva, ele mesmo visitou a tribo, com mobilização de recursos médicos que inclui o recrutamento de médicos brasileiros e estrangeiros e uma onda de solidariedade nacional na recolha de alimentos. Para pôr um ponto final na fome que matou nos últimos anos quase 300 crianças, que matou muitos adultos, incluindo aquela que há um ano alertou o Mundo para o drama que a sua tribo vivia. Bolsonaro, como todo o bom fascista que era, facínora que tinha como ídolo um dos mais cruéis torturadores da ditadura militar, pouco se importou, ou mesmo de alguma forma estimulou, o aniquilamento do povo indígena que numa ocasião considerou de animais enjaulados. Resultado de uma política que esvaziou um organismo tão importante para as questões índias como era a FUNAI (Fundação Nacional do Índio, cuja missão é a proteção e promoção dos direitos dos povos indígenas), afastando os técnicos competentes e conhecedores daquele mundo tão frágil, sempre ameaçados pelos garimpeiros, madeireiros e pelo agronegócio, colocando em seu lugar os militares que estavam na sua onda ideológica. O juiz Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal, considera que agora a complacência não pode vencer e que têm de se julgar todos os crimes praticados contra a democracia e contra o povo brasileiro. Confiemos que o julgamento político e criminal a que hão de estar sujeitos personagens como Trump e Bolsonaro, possam servir de exemplo aos seus seguidores… Sem receio de que as possíveis condenações os transformem em mártires.

25/01/2023
 

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