António Tavares
Editorial
As propostas apresentadas na Assembleia da República, no sentido de reduzir ou eliminar as portagens nas antigas SCUT (Portagens Sem Custos para o Utilizador), como é o caso da Autoestrada da Beira Interior (A23), foram chumbadas na sessão realizada na passada sexta-feira, 24 de fevereiro.
Na sessão parlamentar, o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD) envolveram-se numa acesa discussão, com cada um a acusar o outro de ser o responsável pelo pagamento das portagens. Afinal, uma discussão político-partidária para Português ver, porque o que os cidadãos pretendem, principalmente os que vivem no Interior, é que tudo retorne ao ponto de origem e pura e simplesmente não se paguem portagens.
O menos importante, em tudo isto, é quem é ou não é responsável por se pagarem portagens.
O importante é que de uma vez por todas haja uma discriminação positiva, que neste caso até não é mais do que repor algo justo que existia anteriormente, de modo a que se consiga inverter o problema da desertificação do Interior. Um problema já velho e que não mostra sinais de estar a ser ultrapassado, porque não é só a resiliência de quem teima em viver nestes territórios do Interior, que conduzirá a um bom porto. Mais que isso é necessário que de facto haja da parte do poder central medidas que façam com que quem aqui viva não tenha de partir para ter melhores condições de vida e, tão ou mais importante, que se criem condições para estes territórios atraiam pessoas.