ALCAINENSE DE NASCIMENTO E ALBICASTRENSE DE CORAÇÃO
Avenida General Ramalho Eanes homenageia homem, militar e político
Castelo Branco tem, desde a passada segunda-feira, 20 de março, dia em que a cidade comemorou 252 anos de elevação a cidade, uma artéria com o nome do general Ramalho Eanes. Trata-se da Avenida General Ramalho Eanes, que é como passa a ser denominada, a partir de agora, aquela que era conhecida como Avenida das Palmeiras, entre a Praça Rainha Dona Leonor e a Rotunda do Milénio.
Antes do descerramento da placa toponímica, na cerimónia realizada no Salão Nobre da Câmara de Castelo Branco, o presidente da autarquia, Leopoldo Rodrigues, fez questão de realçar que “é um orgulho tê-lo na cidade do seu coração”.
Leopoldo Rodrigues recordou que “há meses atrás pedi para me receber, com a finalidade de o auscultar para atribuir o nome general Ramalho Eanes a uma rua, bem como para outra coisa que não vou revelar”.
O autarca explicou também que “os motivos que me levaram a fazer este convite, o primeiro é por razões institucionais”, porque “dedicar-lhe o nome de uma rua significa honrar a pessoa, o militar e o Presidente da República”.
Já em segundo lugar o motivo foi “sentimental”, por se tratar de “um sentimento de admiração, de reconhecimento que o general Ramalho Eanes é um homem que com a sua prática de vida dignifica Portugal e os Portugueses”. Isto, tanto mais que, sublinhou, “os Albicastrenses são generosos reconhecidos e sabem homenagear os filhos desta terra”.
Leopoldo Rodrigues frisou ainda que “estamos muito reconhecidos por ter tido a simpatia de nos deixar levar por diante este projeto”, com o qual “a nossa terra reconhece uma personagem ímpar da nossa história”.
Reconhecimento que o general Ramalho Eanes afirmou que “agradeço, exageraram, mas confesso que gostei”.
Relembrou, de seguida, que “Castelo Branco, como sabem, não é o meu chão de nascimento”, mas, revelou, “o meu chão de memórias felizes é Castelo Branco”, embora também de algumas “mágoas”, referindo-se à morte dos pais.
Recordou que “vivi em Castelo Branco desde tenra idade, até concluir o Ensino Liceal. Aqui criei raízes profundas”, relacionadas com “a família, a escola, a cidade e amizades. Depois saí de Castelo Branco para frequentar a Escola do Exército”, para mais tarde ser mobilizado para a Índia, mais concretamente “Goa, terra de encantos, mas nunca deixei de ter saudades de Castelo Branco, dos pais, do irmão, dos amigos. Depois passei por Macau, Moçambique, Guiné, Angola, Timor e Cabo Verde”, para realçar que “nas estadias breves em Portugal regressava a Castelo Branco, para estar com os meus pais e aproveitava essas estadias para visitar e cidade e regozijar-me com o seu crescimento”.
Tudo isto para garantir que “passados muitos anos volto à nossa terra com o agrado de sempre” e focado na “vossa generosa iniciativa”, assegurou estar convicto que “contribuirá para que os meus filhos e netos continuem a sentir esta terra como deles”.
António Tavares