NO AERÓDROMO MUNICIPAL DE CASTELO BRANCO
Dassault Aviation inaugura unidade de manutenção
O hangar do Aeródromo Municipal de Castelo Branco acolheu, na passada sexta-feira, 12 de janeiro, a inauguração da nova unidade de manutenção da Dassault Aviation Business Service.
Na cerimónia, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, afirmou que “hoje é um dia significativo e importante para Castelo Branco, principalmente para o Aeródromo”.
Leopoldo Rodrigues destacou que assim se está a dar um passo na “valorização do Aeródromo”, para se referir a parcerias, por exemplo, com “a Universidade da Beira Interior (UBI), que tem um curso de Engenharia Aeronáutica, sendo atores, no território, na formação nesta área”. A isto acrescentou que além disso os estudantes de Aeronáutica da UBI têm também um Festival Aéreo.
O autarca acrescentou que “também contamos com parceiros locais, o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e a Escola Superior de Tecnologia (EST) de Castelo Branco, para encontrar resposta formativa para esta área da Aeronáutica, com a formação de técnicos altamente especializados”.
Para Leopoldo Rodrigues “este é um conjunto de oportunidades que acreditamos será de sucesso para o território”, tanto mais que, “aqui ao lado temos 150 hectares de terreno para espaço industrial, para acolher empresas ligadas à inovação, a esta área de inovação (Aeronáutica) ”. Tudo isto, com o objetivo de “fazer deste espaço da nossa cidade uma área empresarial de desenvolvimento”.
Por seu lado, o presidente da Dassault Aviation Business Service, Franck Madignier, afirmou que “este é um grande passo para a nossa companhia, em Portugal. É um passo estratégico”, avançando, depois, para a apresentação da empresa.
Apresentação que foi aprofundada por Vasco Araújo, diretor de estações e MCC da Dassault, que afirmou que “o grande foco é a manutenção base e o desmantelamento de aeronaves”, para mais à frente afirmar que “estes serviços são uma mais-valia dos serviços pós-venda da Dassault.
Vasco Araújo aproveitou ainda a oportunidade para se focar n problema da “escassez de peças”, para avançar que “uma forma de combater esse problema é proceder ao desmantelamento de aeronaves”.
Sublinhou ainda que “a utilização deste hangar só é possível com a colaboração do Aeroclube Castelo Branco”, para concluir que “a nossa chegada pode potenciar a vinda de outros players neste setor”.
Presente na cerimónia, o secretário de Estado Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, referiu-se “a um investimento privado muito importante para Castelo Branco e para a Região”, aproveitando para adiantar que “este é um aeródromo de excelência, com uma localização estratégica para a Proteção Civil, para o turismo e para o acolhimento de investimento”.
Refira-se que a é uma empresa suíça de manutenção de aeronaves e a estação de base agora inaugurada em Castelo Branco, instalada no hangar do Aeroclube de Castelo Branco, tem como principal objetivo a manutenção de aeronaves produzidas pela própria Dassault e, potencialmente, pela Bombardier.
A empresa afirma, que na escolha de Castelo Branco “tiveram peso a localização estratégica do Aeródromo, mas também as vantagens que se podem retirar das infraestruturas disponíveis neste espaço, bem como a oportunidade de aí trabalhar com melhores condições, evitando o constrangimento da Área Metropolitana de Lisboa e as restrições dos aeroportos de Lisboa e Cascais”.
Acrescenta que “o facto do hangar onde se instala esta unidade estar já em perfeitas condições de funcionamento é também, em si, uma vantagem”.
Com base em tudo isto é adiantado que “com o arranque imediato da atividade a Dassault Aviation Business Services contará, já em 2024, três projetos de manutenção de base, com uma duração média de quatro meses cada e que envolverão, em média, sete trabalhadores, gerando um volume de negócios que ascende aos 2,7 milhões de euros”.
Assim, é destacado que “este é mais um importante passo da Dassault Aviation Business Services no investimento que tem vindo a fazer em Portugal desde 2015, ano em que entra no mercado nacional. O centro operacional de Castelo Branco integra assim uma rede que conta já com várias estações de manutenção de linha espalhadas pelo Munco, como é o caso de Basileia, na Suíça; Clemont-Ferrand, na França; Djibouti; Luanda, em Angola; Lugano, na Suíça; Paris Le-Bourget, na França; Cascais-Lisboa, em Portugal; Londres Luton e Londres Farnborought, ambas no Reino Unido.
A Dassault Aviation Business Services é apresentada como “uma importante componente da Dassault Aviation SA, fabricante francesa de aviões civis e militares, fundada em 1929. Anteriormente denominada como TAG Maintenance Services, este fornecedor de serviços de manutenção, reparação e operações foi adquirido pela Dassault Aviation em 2019. Hoje a Dassault Aviation Business Services conta com cerca de 500 profissionais concentrados em satisfazer as necessidades de um grupo de diversificado de operadores que voam aeronaves de vários fabricantes mundiais”.
De acrescentar, ainda, que nesta primeira fase a empresa funcionará no hangar existente no Aeródromo, mas, futuramente, terá um hangar próprio, tratando-se de uma obra que como Leopoldo Rodrigues já tinha afirmado “deverá ascender a cerca de um milhão de euros”.
Nesse sentido, recorde-se que na sessão pública da Câmara de Castelo Branco realizada dia 15 de dezembro do ano passado se procedeu à hasta pública da cedência de direito de superfície, por 25 anos, de dois terrenos no Aeródromo, que foram arrematados pela TRMK Aeronautics, que trabalha em parceria com a Dassault Aviation.
António Tavares