EM HABITAÇÃO SOCIAL PROPRIEDADE DA AUTARQUIA
Moradora queixa-se de infiltrações e Câmara garante que problemas serão resolvidos
Carla Correia, que vive com o filho num apartamento de habitação social propriedade da Câmara de Castelo Branco, localizado na Travessa da Horta Longa, na Zona de Santiago, próximo do Hospital Amato Lusitano (HAL) de Castelo Branco, queixa-se do estado da casa, como resultado das infiltrações que afetam o prédio e quer que seja encontrada uma solução para o problema. Problema que é conhecido pela autarquia, com o presidente Leopoldo Rodrigues, a garantir que o objetivo é resolver este problema, bem como outros que existam.
Carla Correia vive com o filho, de 22 anos, que “sofre de epilepsia e de autismo” e, devido a isso, “ele é pensionista, com uma incapacidade de 80 por cento”, realçando também que ela própria não trabalha, porque “tenho doença de Crohn”. Para além disso, acrescenta que é cuidadora do filho, que “já esteve na Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Castelo Branco”, de onde saiu, “para ter dinheiro para a alimentação e para o resto”.
Relembra que vive com o filho no T2, “há 11 ou 12 anos”, para adiantar que “desde início houve problemas, mas foram-se agravando”.
No que respeita a esses problemas, afirma que “houve uma altura em que a parede estava toda preta e vieram pintar”, bem como que “colocaram uma proteção na varanda, devido ao meu filho”. Acrescenta que também “já tive ajudas da Câmara, mesmo em questão de medicamentos”, mas não deixa de salientar que as condições de habitabilidade se têm vindo a agravar com o passar do tempo. Assim, realça que “a casa é muito húmida, com água a escorrer pelo teto e pelas paredes, as portas estão em mau estado, a canalização está em mau estado, devido à humidade a mobília está estragada, pelas janelas dos quartos entra muito frio e o bolor é uma constante, apesar de andar sempre a limpar”.
Os problemas, segundo avança, resultam de “infiltrações”, realçando que mora no último piso, o sétimo, e o “telhado está em mau estado”, ao que acrescenta o facto de “ter amianto”, o que também lhe causa preocupação.
No que se refere ao rol de problemas, Carla Correia avança que “no verão do ano passado, devido à humidade, começaram a aparecer baratas e outros bichos, que vão para os alimentos, para o frigorífico. Andam pela casa toda”.
Mais recentemente, “de há três semanas para cá, o quadro de eletricidade começou a disparar” e sublinha que “a lâmpada de um dos quartos acabou por rebentar, como resultado dos problemas de humidade”, denunciando que “disseram que vinham cá urgentemente, mas até agora ainda não vieram”.
De resto garante que “já enviei várias cartas à Câmara, mas sem resposta”.
Tratando-se de uma casa de habitação social, afirma que a renda, “até agora, era de 39,66 euros, mas foi aumentada para 54,32 euros”, valor que assegura que “não pagarei, até que os problemas sejam resolvidos”, manifestando uma profunda preocupação pela sua saúde e pela do filho, que revela que “já teve problemas respiratórios”.
Confrontado com a situação, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, afirma que “a Câmara tenta dar resposta a todas as situações que surjam”, para mais à frente afirmar que “não é por acaso que temos um volume tão grande de investimento previsto para o bairro. É porque já foram identificadas situações que carecem de uma intervenção, nomeadamente ao nível do isolamento, ao nível das acessibilidades e a outros nível”.
Tudo isto para avançar que “sempre que me chega uma situação dessas, que seja mais crítica, ou que seja mais premente, encaminho, de modo a que os serviços desenvolvam os procedimentos necessários para a reabilitação, ou para a correção daquilo que vai surgindo”.
Mas também realça que resolver os problemas não é assim tão simples, porque “aqueles prédios têm fogos que são propriedade da Câmara e fogos que são propriedade de particulares, o que por si complica ainda mais as intervenções, porque a intervenção tem que ser deliberada em reunião de condomínio e nem sempre é fácil o entendimento entre todos os condóminos, de modo a fazer a reabilitação”. Perante isto, afirma que “tem que haver um compromisso por todos os condóminos, ou pelo menos pela maioria, no sentido de fazer essa reabilitação”.
Leopoldo Rodrigues reforça, mesmo assim, que “sempre que se afigura urgente, a Câmara procura resolver problemas. Praticamente todos os dias temos equipas da Câmara a fazer intervenções em habitações. Às vezes é a substituição de uma janela, às vezes a substituição de uma porta, de equipamento dentro das habitações, mas efetivamente não se consegue chegar a todo o lado ao mesmo tempo”. Tanto mais que “a Câmara tem um enorme património, tem um enorme parque de equipamentos públicos e também de habitação social e as respostas a todas as situações, às vezes, não acontecem com a celeridade que nós gostaríamos”. Garantido pelo autarca é que “cada vez que recebo um pedido de apoio ou de intervenção, encaminho para a respetiva divisão, para a Divisão Social e também para divisão que tem como objetivo fazer essa reparação”, o que o leva a afirmar que “acho muito estranho que não tenha resposta, porque os nossos serviços dão resposta a todas, ou pelo menos procuro que seja dada resposta a todas as solicitações”.
António Tavares