COM O TEMA CULTURA, NATUREZA E SABOR
A montra de Castelo Branco na BTL
A Câmara de Castelo Branco marcou presença, com o tema Cultura, Natureza e Sabor, num stand da BTL - Better Tourism Lisbon Travel Market, que decorreu na Feira Internacional de Lisboa (FIL), entre 12 e 16 de março.
No primeiro dia do certame o destaque foi para a apresentação do Centro de Interpretação Mestre Templário Pedro Álvares Alvito, que ficará instalado na Igreja de Santa Maria do Castelo, que já está a ser alvo de obras com essa finalidade.
A requalificação foi apresentada por José Carlos Moura, da Equipa Técnica da Zona Histórica, que explicou que “a Igreja de Santa Maria do Castelo e a Escola Conde Ferreira vão constituir dois elementos-chave para o Centro de Interpretação, onde vão ser alocados elementos das escavações e virtualizar elementos da história de Castelo Branco, referindo-se aos templários, ao século XIII, às invasões peninsulares, para terminar com a Primeira Invasão Francesa, em 1807”.
Foi também adiantado que o Centro de Interpretação tem como finalidade que os visitantes conheçam diversas dimensões, nomeadamente a fundação da Ordem do Templo a nível internacional, a Ordem do Templo em Portugal, a Ordem do Templo a nível local e o crescimento de Castelo Branco a partir do Foral de Pedro Álvares Alvito, assim como o desenvolvimento de Castelo Branco até ao século XIX.
Perante isto José Carlos Moura, realçou que “a ideia é transformar a Igreja de Santa Maria do Castelo, de matriz templária, num espaço onde possa coexistir a história da cidade e elementos virtuais anteriores aos templários, elementos de matriz templária e elementos posteriores aos templários”.
Para isso o novo será espaço contará com três zonas distintas.
Assim, a Zona 1, respeitante à Sacristia, será um “espaço virtual e imersivo com conteúdos sobre o tema O passado de um Castelo tornado presente e com o arcaz (armário) da Sacristia reaproveitado para expor materiais das escavações.
A Zona 2, respeitante à Capela-Mor e ao primeiro patamar da nave, será dedicado ao tema O viver e o conviver da morte com a vida, que realçará diversos elementos, como as pedras tumulares templárias, ossadas, medalhas religiosas, cruzes, fivelas, alfinetes e chaves, havendo ainda um manequim com indumentária a rigor de cavaleiro templário.
Por fim, a Zona 3, referente à Igreja, desde o Altar até à porta poente, será uma zona de virtualização, hologramas e vídeos com conteúdos sobre a formação da Ordem do Templo, entrada da Ordem em Portugal, mapa de lugares e castelos da Ordem do Templo, a importância estratégica na zona da Beira e demonstração da construção do Castelo e da Igreja.
A par da requalificação também a antiga Escola Conde Ferreira, será alvo de obras, de modo a acolher uma sala com um filme promocional sobre o Castelo e a Zona Histórica da cidade; uma exposição em vitrina de algumas peças oriundas das diversas campanhas de escavações; a maqueta representativa da alcáçova, muralhas e edificado; e merchandising templário, Bordado de Castelo Branco e produtos regionais.
No decorrer da apresentação, José Carlos Moura chamou também a atenção para a importância da história da Alcáçova do Castelo, que originou a criação de Castelo Branco, explicando que, por ser “uma zona de fronteira, éramos os primeiros a sofrer os impactos de qualquer invasão, tendo sofrido, por seis vezes, invasões peninsulares”.
Por seu lado, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, frisou que o Centro de Interpretação “é um elemento fundamental naquilo que é a nossa estratégia de requalificação e de valorização da Zona Histórica”, para realçar que “podíamos apenas fazer obras de requalificação na Igreja, mas isso não dignificaria o território que representa e, por essa razão, apresentámos uma candidatura ao Turismo de Portugal, no sentido de criar o Centro de Interpretação. O trabalho já está no terreno e acreditamos que, até ao verão, esteja concluído este projeto de requalificação de um espaço de identidade, de memória e icónico da cidade”.
Leopoldo Rodrigues, com foco na “estratégia de intervenção na Zona Histórica”, que considera “fundamental”, abordou outros projetos que considera estratégicos na Zona Histórica, dando como exemplo a requalificação de vários edifícios para habitação; a instalação da primeira República de Estudantes, em parceria com a Associação Académica de Castelo Branco; a criação da sede da Associação Académica e do Museu Académico; e a construção da Escola de Chefs /Centro de Estudos Gastronómicos.
Ainda focado no Castelo, Leopoldo Rodrigues revelou “a possibilidade de reedificar a Torre do Ouro”.
Refira-se que com a requalificação da Igreja de Santa Maria do Castelo e a criação do Centro de Interpretação o objetivo é que o aquele espaço seja dedicado à memória da cidade, que será suportado por conteúdos digitais, mas haverá também alguns elementos físicos, essencialmente ligados aos Templários.
A acrescentar a isto há que ter em atenção que a recuperação da Igreja também tornará possível a realização de congressos, de exposições e de debates, entre outros, funcionando como um espaço de divulgação cultural, física e temática, mas com a potencialidade de acolher outro tipo de iniciativas.
Já no que respeita à intervenção a realizar na antiga Escola Conde Ferreira, a finalidade é que este espaço funcione de apoio ao Centro de Interpretação, acolhendo uma cafetaria e um espaço para venda de merchandising e lembranças da cidade, com a finalidade de aumentar a atratividade do Castelo e da Zona Histórica.
António Tavares