Jovens socialistas comemoram Implantação da República
5 de Outubro é de todos os portugueses
O Ideal Republicano e a Oposição ao Estado Novo foi o mote de uma tertúlia organizada pela Comissão Política Concelhia da Juventude Socialista (JS) de Castelo Branco, sábado, para comemorar o 5 de Outubro.
O evento, que decorreu na Casa do Arco do Bispo, contou com a presença do presidente do conselho de administração da Lusa, Afonso Camões, e com o histórico socialista, Manuel João Vieira.
Carlos Vale, que actualmente milita na CDU, foi também convidado pelos jovens socialistas, mas não compareceu por motivos políticos.
No início da tertúlia, Afonso Camões não esteve com rodeios e considerou mesmo como um crime de lesa-pátria terem acabado com o feriado do 5 de Outubro, não a data da qual os republicanos se apropriaram mas, sobretudo, porque é a data comemorativa da independência nacional. É que a 5 de outubro de 1143 foi assinado o Tratado de Zamora.
O presidente do conselho de administração da Lusa, dissertou depois sobre como se chegou à I República e o impacto que esta teve na sociedade portuguesa.
Além das mudanças de símbolos, como o hino, a moeda ou a bandeira, Afonso Camões recorda que até então Portugal tinha um Estado religioso, onde os meros registos eram feitos pelas paróquias, ou os casamentos civis nem sequer eram legais.
O reconhecimento do direito à greve foi outra das conquistas da República, bem como o primeiro acordo ortográfico (1911), que veio simplificar a escrita.
No entanto, apesar de todo um conjunto de profundas alterações na sociedade portuguesa, a revolução republicana foi “sangrenta” e não resistiu à instabilidade, dando posteriormente lugar a uma ditadura militar e posteriormente ao designado Estado Novo.
Mas, Afonso Camões deixou como nota final que Portugal, desde o 25 de abril de 74 já teve 25 governos, 19 constitucionais e seis provisórios.
Manuel João Vieira, considerado um dos pais da Constituição, dissertou sobre os seus tempos de oposicionista ao Estado Novo, onde conjuntamente com Carlos Vale, “trabalhámos muito. Carlos Vale foi das pessoas que mais trabalhou comigo”.
Recordou as reuniões clandestinas para preparar a queda do Estado Novo e falou também da Constituição que ajudou a “nascer”.