Celeste Capelo
Expliquem-me como se eu fosse uma pessoa pouco inteligente…
Foi este um slogan publicitário, talvez com palavras diferentes, mas com o sentido de que algo não era fácil, nem de rápida compreensão.
Pois eu também tenho dificuldade em perceber certas evidências que, porque o são, são assim mesmo.
Relembrando o Mundial de futebol do Brasil, mesmo antes de se iniciar, assistimos a grandes manifestações e até alguns distúrbios com violência, nas principais cidades do País, contra o que consideravam despesa inútil, reivindicando mais e melhor saúde, mais e melhor educação, mais e melhor protecção social etc.
Foram milhões as pessoas que se manifestaram contra o despesismo que o Mundial acarretou ao erário público no Brasil. A Presidente Dilma Rousseff era o alvo principal das manifestações e, muitas pessoas, incluindo eu própria, pensaram que seria o fim da Presidente e que não ganharia as eleições que já estavam próximas. Hoje mais próximas estão e segundo as últimas sondagens a candidata Dilma Rousseff, está em vantagem contra os outros candidatos Aécio Neves e Marina Silva.
Expliquem-me como se eu fosse uma pessoa pouco inteligente…
Em 2009 o Sr. Engº Sócrates ganhou as eleições e como tal assumiu as funções de 1º Ministro de Portugal. Passado algum tempo propôs a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo, proposta que estava no seu programa eleitoral, note-se, foi aprovada no Parlamento, e ainda está em vigor.
Levantaram-se muitas vozes discordando da lei, vozes que, na sua grande maioria vinham de quem votou e sempre tinha votado no PS.
Expliquem-me como se eu fosse uma pessoa pouco inteligente…
Nesta recente disputa entre o Dr. António Costa e o Dr. António José Seguro, iniciada a 27 de Maio e terminada no dia 27 de Setembro, entre acusações mútuas, surgiram propostas do Sr. Dr. Seguro que vão ao encontro daquilo que muitos portugueses falam e escrevem nos Blogs, no Facebook e noutros instrumentos de avançada tecnologia da comunicação.
Consideradas por alguns como propostas populistas, o que é facto é que respondiam aquilo que ouvimos e lemos (muitas vezes injustamente), sobre a classe política, chamada de todos os adjectivos nada abonatórios de bom nome; o número excessivo de deputados; o conluio e promiscuidade entre a classe política e os negócios.
Se as eleições se tivessem disputado só entre militantes, a análise dos resultados submeter-se iam a premissas já identificadas. Mas neste caso, até a maioria dos votantes eram apenas simpatizantes, certamente pessoas que muitas vezes em conversas de café falaram e queriam ver implementadas as propostas do Dr. Seguro. No entanto quem ganhou foi o Dr. António Costa.
Expliquem-me como se eu fosse uma pessoa pouco inteligente…
É isto a democracia… um mal menor.
Já dizia Churchill e, traduzindo à letra as sua palavras: “A democracia é a pior forma de Governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas”.
Será que conseguiremos alcançar um BEM MAIOR?