Câmara de Castelo Branco atribui a medalha de ouro da cidade ao comendador Joaquim Morão
“É o melhor presidente de câmara que o País teve em 40 anos”
O ex-ministro socialista Jorge Coelho considerou Joaquim Morão como “o melhor presidente de câmara que Portugal teve nos últimos 40 anos”.
Jorge Coelho, que falava ontem, terça-feira, no Cine-Teatro Avenida, durante a homenagem ao comendador e ex-autarca Joaquim Morão, promovida pela Câmara de Castelo Branco, designou o ex-presidente do município albicastrense como um “intranquilo, tranquilo”.
“Para ser um realizador como Joaquim Morão é preciso ter uma enorme visão estratégica daquilo que se pretende fazer a médio e longo prazo”.
O ex-ministro sublinhou ainda o grande investimento que o homenageado fez, não só durante os 16 anos que esteve à frente da Câmara de Castelo Branco, mas também o trabalho que desenvolveu no município de Idanha-a-Nova e realçou o “grande investimento” que Joaquim Morão fez em tudo o que está relacionado com o setor da educação.
“Tem uma visão do Mundo e do País e soube sempre apostar naquilo que está relacionado com o saber” e destacou o apoio dado pelo ex-autarca ao ensino universitário e tecnológico.
Jorge Coelho disse também que o comendador, para além de ser “um grande cidadão e de um grande autarca, parecendo que não, é também um grande político” e enalteceu a sua capacidade de liderança.
“Só é possível ser-se um líder a sério se se gostar das pessoas e quando o que se faz é feito com gosto e sempre ao serviço das pessoas. Joaquim Morão dedicou uma vida a isto, a melhorar a vida das pessoas”, sublinhou.
Porém, Jorge Coelho disse para a enorme plateia de gente que esteve presente no Cine-Teatro Avenida de Castelo Branco, que Joaquim Morão “não é só vosso. É uma referência nacional, no mundo autárquico e na política. No momento certo este é o homem que vai ter um papel fundamental para que este país deixe de ter um ambiente doentio”.
O ex-ministro socialista fez então questão de dizer que há gente em Portugal que não é capaz de admitir que cometeram erros e ironizou logo de seguida, ao referir que “este (Joaquim Morão) é um homem normal que admite que cometeu erros. Isto é de uma firmeza absoluta e próprio dos grandes lideres”, adiantou.
Jorge Coelho elogiou ainda o discurso do atual presidente da Câmara de Castelo Branco, ao recordar as palavras proferidas momentos antes por Luís Correia, que disse não fazer qualquer sentido não querer seguir os passos que Joaquim Morão deu.
“Está (Luís Correia) à altura das circunstâncias”, rematou Jorge Coelho.
Autarca “ímpar e irrepetível”
O atual presidente da Câmara de Castelo Branco, que privou e acompanhou o homenageado ao longo de mais de uma década, fez questão de sublinhar no seu discurso o trabalho do autarca de sucesso ligado ao poder local durante quase quatro décadas.
Luís Correia referiu que, simbolicamente, “quis que fosse uma das minhas primeiras decisões enquanto presidente do município de Castelo Branco, propor a atribuição da medalha de ouro da cidade” ao comendador Joaquim Morão, não só pelo seu valor enquanto autarca, mas também enquanto homem dedicado à causa pública.
Joaquim Morão “é como um bom vinho, que melhora com o tempo”, referiu Luís Correia, acrescentando ainda que é com naturalidade e justiça que a Câmara de Castelo Branco lhe atribuiu a medalha de ouro da cidade.
“Não escondo o respeito, o apreço e a amizade que tenho por Joaquim Morão. Seguir o seu exemplo é um sinal de inteligência. É um autarca ímpar e irrepetível”, disse o presidente da Câmara de Castelo Branco, sublinhando ainda que “os albicastrenses não querem e não podem dispensar a sua sabedoria”.
“Tudo foi feito com
muito coração e dor”
Por último, o homenageado disse que este “é um dia muito feliz para mim e para a minha família”.
Joaquim Morão referiu que uma das marcas mais importantes que teve como autarca “foi estar sempre à frente”, ou seja, destacou a sua capacidade de visão estratégica.
O comendador recordou depois sucintamente, todo o seu percurso enquanto autarca e que iniciou em 1982, na sua terra natal, Idanha-a-Nova.
“Em 82 assumi a Câmara de Idanha, o País estava sob a alçada do Fundo Monetário Internacional (FMI) e não tinha um centavo. Entre 1982 e 1985 resolvemos o problema da falta de água ao domicílio e do saneamento básico no Concelho, que era um dos maiores problemas. Foi um investimento de 600 mil contos e não havia fundos comunitários”, recordou.
O comendador deu depois exemplos das obras que fez ao longo dos anos em Idanha e depois de 1997, em Castelo Branco, para concluir que “tudo foi feito com muito coração e muita dor”
“Temos hoje uma cidade e um concelho prestigiado e reconhecido no País. Tive momentos de grande satisfação, mas nem tudo foram rosas também houve espinhos”, disse, realçando aqueles que sempre estiveram ao seu lado a apoiá-lo e destacou os nomes dos atuais presidente e vice-presidente do município, Luís Correia e Arnaldo Brás, respetivamente.
Joaquim Morão não deixou, no entanto, de destacar todos os outros que trabalharam com ele e que lhe expressaram também o seu apoio e, sobretudo, o povo.
“Sempre tive no povo a grande força para levar por diante” os projetos.
O comendador terminou a sua intervenção dizendo que ele “é que está grato aos albicastrense” por lhe terem permitido desenvolver durante 16 anos o seu trabalho em prol da comunidade.