13 maio 2015

ENTRE 1.300 PROFESSORES E ALUNOS DE GEOGRAFIA DE 35 ESCOLAS DO PAÍS
Alunos da Amato Lusitano brilham no projeto Nós Propomos!

Esal premio 01.jpgO projeto Roteiro pela Herança Judaica de Castelo Branco, da autoria dos alunos José Alberto Ferreira, Mariana Neno de Resende e Guilherme Lino Pombal, da Escola Secundária Amato Lusitano (ESAL), de Castelo Branco, foram os vencedores do projeto Nós Propomos! Cidadania, Inovação e Educação na Educação Geográfica.
Refira-se que nesta edição dos Nós Propomos! participaram 35 escolas de todo o País, incluindo a Região Autónoma dos Açores, envolvendo qualquer coisa como 1.300 professores e alunos de Geografia, que dia 4 deste mês participaram no Seminário Nacional do projeto, em Lisboa, onde apresentaram os seus projetos de intervenção.
De recordar, também, que o Nós Propomos! é organizado pelo Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT), da Universidade de Lisboa, em colaboração com a Esri Portugal, sendo que o projeto, como adiantam os seus coordenadores, Sérgio Claudino, do IGOT, e Rui Santos, da Esri Portugal, “resulta da conjugação de dois desafios: o de construir uma democracia participativa em que os cidadãos têm um papel efetivo na resolução dos problemas locais, por um lado, e o desafio de inovar o ensino da Geografia”.
Como resultado desta vitória José Alberto Ferreira, Mariana Neno de Resende e Guilherme Lino Pombal foram premiados com uma viagem ao Parlamento Europeu, entre 7 e 12 de dezembro, que é patrocinada pelo Partido Comunista Português (PCP).
Mas este não foi o único lugar de destaque alcançado pela ESAL, uma vez que das duas equipas do estabelecimento de ensino albicastrense, desafiadas no início do ano letivo pela professora Celeste Gonçalves para participarem no projeto, além da que saiu vencedora a nível nacional, a outra, constituída por Gonçalo Marques, Miguel Serra e Miguel Ramalho, que apresentaram o projeto Revitalização da Dinâmica Turística em Castelo Branco, conquistou o segundo lugar.
Os dois projetos foram apresentados segunda-feira, na ESAL, numa cerimónia em que o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, começou por “felicitar” os alunos, para realçar que este “é um trabalho académico de muito valor, mas é também uma proposta para a cidade e para o Concelho e, por isso, tem um valor acrescentado”.
Luís Correia adiantou depois que “fizemos uma candidatura à Rede de Judiarias e, neste momento, estamos a concretizar o primeiro espaço, na Rua das Olarias”.
Trata-se do Espaço da Memória, que como adianta servirá para “apresentar as nossas personalidades judias, como é o caso de João Roiz e de Amato Lusitano, entre outros”.
O autarca acrescenta ainda que no âmbito deste projeto, “infelizmente, não podemos partir para a requalificação de dois portados na Rua da Misericórdia, porque são particulares”.
Depois do Espaço da Memória, “vamos fazer os percursos que vocês aqui propõem”, garantiu Luís Correia, revelando ainda que “em sessão de Câmara será apresentada uma proposta para vos atribuir um prémio”.
Já o presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas Amato Lusitano, João Goulão, afirmou que “se é grato ser professor, está aqui a prova”, não deixando de sublinhar que “por detrás dos alunos há professores”.
Tudo para concluir que em relação aos alunos distinguidos, “há uma marca que vocês vão deixar na Escola. Que vocês sirvam de exemplo”.
Os elogios vieram também da parte do diretor do Agrupamento, João Belém, que fez questão de salientar que “o vosso sucesso é o nosso sucesso e estamos aqui para trabalhar por isso”.
João Belém realçou, por outro lado, que uma das metas do Agrupamento “é a interação com a comunidade e este é mais um espaço de encontro a isso”.

O que defendem
os projetos
O Roteiro pela Herança Judaica de Castelo Branco, de acordo com Sérgio Claudino e Rui Santos “revela uma maturidade científica pouco vulgar em jovens do Ensino Secundário”, adiantando que “nele se procede a uma sumária e correta contextualização geográfica e histórica de Castelo Branco e da judiaria que aí se desenvolveu, identificando-se o declínio da memória judaica da cidade”.
Para os dois coordenadores do Nós Propomos!, “num olhar multiescalar, são identificadas as potencialidades do turismo judaico e a necessidade de valorizar as especificidades dos lugares, e neste caso de Castelo Branco, na estratégia de afirmação territorial e de captação deste promissor nicho de turismo”.
É ainda acrescentado que, “por último, é apresentada uma proposta concreta e razoável de um itinerário pelo património judaico da cidade, para o que estes alunos, que se direcionam para cursos de Economia, dão até pistas de possíveis financiamentos”, sendo ainda destacada “a grande qualidade dos mapas e fotografias que integram este projeto”.
Em relação ao projeto Revitalização da Dinâmica Turística em Castelo Branco, Sérgio Claudino e Rui Santos são da opinião que “começa por identificar os principais equipamentos que valorizam a oferta turística de Castelo Branco (Castelo, Jardim do Paço Episcopal, Museu Cargaleiro…), para se reconhecer a carência de oferta hoteleira na cidade”.
Por isso, continuam “aponta-se para a reconversão da antiga esquadra da Polícia e o edifício do Governo Civil num hotel de charme, no respeito pela traça original do edifício, avançando os autores com propostas concretas sobre o mesmo”.
Isto, enquanto por outro lado, realçam que “recordando a tradição industrial de Castelo Branco e a necessidade de preservar esta marca identitária local, estes alunos propõem a transformação da antiga Metalúrgica num museu dedicado à fundição e à metalomecânica”.
Os dois coordenadores avançam igualmente que os alunos “realizaram um inquérito a 100 pessoas, cujos resultados comprovam a necessidade destas intervenções e, mais em concreto, a concordância com estas propostas”.

13/05/2015
 

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