CÂMARA DE CASTELO BRANCO E ASSOCIAÇÕES DINAMIZAM PROGRAMA
Celebrar o Natal nas fogueiras e a passagem de ano no centro da cidade
A tradição beirã manda que na noite de Consoada, ou seja, de 24 para 25 de dezembro, sejam ateados os madeiros, que vão aquecer o Menino Jesus.
Uma tradição que é mantida bem viva em Castelo Branco, onde os madeiros mais tradicionais se localizam junto à Sé e à Capela do Espírito Santo.
Seguindo os usos ancestrais, ao final da tarde, os madeiros são ateados, permitindo que depois do jantar famílias inteiras e grupos de amigos se juntem à volta dos troncos crepitantes.
Mantém-se assim viva a tradição que vai passando de geração em geração, sendo ela mesma um fator de união de gerações, ao mesmo tempo que os madeiros, enquanto ponto de encontro na noite de Consoada, são um local de convívio, onde se encontram, por exemplo, amigos que não de veem há muito tempo, por viverem noutros pontos do País ou do estrangeiro, mas que nesta altura regressam à sua terra natal.
Ao longo da noite milhares de pessoas, a pé e de carro, fazem o périplo dos madeiros, sendo que aquele que atrai mais pessoas é o da Sé, porque é nesse templo que à meia-noite é celebrada a Missa do Galo, que é o principal ato do Natal cristão.
As suas origens são centenárias, uma vez que no Século V, em Roma, na Igreja de Santa Maria de Deus, atual Basílica de Santa Maria Maior, era celebrada ao romper da manhã e, daí, a sua denominação.
Mais tarde acabou por ser antecipada para a meia-noite de dia 24, porque se convencionou que foi a essa hora que nasceu o Menino Jesus.
A Missa do Galo também esteve na origem de alguns costumes, nomeadamente na Península Ibérica, mais concretamente em Toledo, Espanha, onde as famílias que podiam matavam um galo, levavam-no para a Igreja e no final era distribuído pelos pobres, para estes terem um dia de Natal melhor.
Costume que mais tarde foi acolhido em Portugal, com algumas alterações.
Uma delas passou por passar a levar o galo vivo para a Missa do Galo, o que permitia uma leitura em relação ao que aconteceria no próximo ano. É que, se o galo cantasse, o ano era feliz e farto. Pelo contrário, se o galo não cantasse o ano era difícil.
António Tavares