Água aquece sessão de câmara
Município não aumenta tarifários há alguns anos
O vereador do PSD na Câmara de Castelo Branco, Paulo Moradias, defendeu durante a última sessão pública da autarquia, realizada sexta-feira, que chegou a altura do executivo repercutir a redução do preço nas tarifas da água e do saneamento na fatura dos consumidores.
“Os preços que estão a ser aplicados aos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) desde 1 de junho, até agora não se repercutiram na tarifa mensal dos consumidores”, afirmou Paulo Moradias.
O vereador social-democrata trouxe novamente o assunto da reestruturação do setor da água à discussão na reunião pública do executivo.
E, neste âmbito, recordou que os SMAS tiveram uma redução em relação ao valor que pagavam antes da reestruturação do setor, de 12,3 por cento na tarifa da água e de 22,4 por cento em relação ao saneamento.
O presidente do município, Luís Correia, explicou ao vereador da oposição que essa redução existe, devido ao alargamento dos prazos de concessão.
“Se se consegue a redução da tarifa (paga pelos SMAS) é porque existe um fator que é a existência do prolongamento do contrato de concessão. É esse prolongamento que leva a que baixem as tarifas”, explicou o autarca.
Paulo Moradias reagiu com a confrontação dos resultados líquidos obtidos pelos SMAS.
“Em 2014, os resultados situaram-se em 1,6 milhões de euros (ME), em 2013 nos 1,9 ME e em 2012, 1,8 ME. Agora, com esta redução [de 12,3 e de 22,4 por cento], seria a altura de fazer repercutir nas tarifas [dos consumidores] esses resultados”, sustentou o vereador social-democrata.
Luís Correia respondeu ao vereador do PSD, pedindo-lhe para analisar também as tarifas que foram praticadas em anos anteriores e sublinhou que o município não aumenta os tarifários para os consumidores há alguns anos.
“É muito fácil os senhores (oposição) dizerem que temos que reduzir tarifas. O que os senhores querem que se faça e que preferiam, era que a Câmara não tivesse a situação económica que tem”, argumentou.
O autarca disse ainda que quando o PS chegou ao executivo, “tínhamos (em Castelo Branco) das tarifas mais altas do País, situação que hoje não se verifica”.
“Deitar abaixo é sempre mais fácil do que construir. Queremos uma visão de sustentabilidade. É essa a nossa forma de estar”, concluiu.
Durante a sessão, Paulo Moradias levantou ainda um conjunto de questões relacionadas com a gestão da iluminação pública, a paragem das obras no mercado de Alcains ou as retificações nas obras em curso no Bairro da Carapalha.
No primeiro caso, o vereador do PSD alertou para o facto de haver vários pontos da cidade que ao longo da noite ficam às escuras.
O presidente do município, explicou que já alertou para o facto e que a situação está a ser tratada.
Já no que diz respeito às obras no mercado de Alcains, Luís Correia justificou a paragem com uma “questão de organização do próprio empreiteiro” e em relação às obras na Carapalha, falou em acertos que têm sido explicados.
Em reação à questão relacionada com o mercado de Alcains, Paulo Moradias sustentou que a obra encontra-se parada, “porque se chegou à conclusão que a estrutura que lá existe não acompanha a alteração prevista” e adiantou que devido a esse facto, “o projeto está a ser alterado”.
Carlos Castela