FÓRUM CIDADANIA & TERRITÓRIO DISCUTE MEDIDAS PARA A UNIDADE DE MISSÃO PARA O INTERIOR
“É preciso encontrar medidas que promovam a coesão do território”
O movimento de cidadãos Fórum Cidadania & Território esteve reunido sábado, em Juncal do Campo, para discutir um conjunto de medidas concretas a integrar no Programa Nacional para a Coesão Territorial no âmbito da Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI).
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, que esteve presente no encontro, mostrou-se agradado com a iniciativa que juntou um conjunto de pessoas a discutir os problemas do Interior.
“Quando pensamos no Interior, pensamos num território com caraterísticas diferentes, com vantagens e desvantagens”, disse.
O autarca adiantou que todas as decisões tomadas devem ter em consideração as diferenças territoriais de todo o País.
“É preciso encontrar um conjunto de medidas que promovam a coesão do território. A verdade é que as caraterísticas destes territórios são diferentes do Litoral. É preciso assumi-las”, sustentou.
Luís Correia mostrou-se otimista em relação à recém criada UMVI e espera que esta possa trazer medidas para alterar o estado da situação que se vive no País.
Já Conceição Matos, do Fórum Cidadania & Território, explicou que o movimento trabalha numa ótica de participação, envolvendo as pessoas e as comunidades, para com elas discutir sobre os seus problemas.
“Acreditamos que é possível criar dinâmicas de desenvolvimento territorial a partir, exatamente, de quem vive nos territórios. As políticas não devem ser cegas, isto é, de âmbito nacional. Devem ser políticas que sejam diferenciadas em função dos problemas e das especificidades que cada ter- ritório tem”, disse.
O objetivo deste movimento nacional de cidadãos, um grupo informal criado em 2013 e que congrega 160 membros, 37 dos quais são associações, é realizar debates e reflexões, a partir dos oito eixos que o Governo definiu para o Programa Nacional para a Coesão Territorial.
Para isso, foram criados 12 grupos de reflexão, de Norte a Sul do País.
“A nossa ideia é apresentar propostas concretas, que possam ser exequíveis e dar um contributo para a mudança. Há uma vontade política efetiva no programa do Governo. Acho que este é o momento e não podemos desperdiçar esta oportunidade”, sustentou.
Conceição Matos adiantou ainda que os territórios passaram a fazer parte da agenda política.
“As recomendações finais irão resumir um conjunto de medidas concretas atendendo à diversidade dos territórios”, disse.
O documento final, que terá um conjunto de medidas concretas que reflete a visão do fórum será apresentado brevemente e, posteriormente, entregue à UMVI.
O coordenador-adjunto da UMVI, João Paulo Catarino, realçou o papel deste movimento informal da sociedade civil na recolha de contributos: “É a prova de que existe uma consciência nacional de que é urgente inverter a trajetória do aumento das assimetrias entre o Interior e o Litoral”.
Este responsável sublinhou ainda que a UMVI tem andado por todo o País a ouvir os agentes locais e regionais e a recolher os seus contributos para o programa nacional para a coesão territorial.
“Esperemos que este (programa nacional) seja o resultado de uma reflexão profunda feita pelos agentes locais e regionais e pela própria sociedade civil, onde se inclui este Fórum para a Cidadania & Território”, concluiu.
Carlos Castela