27 de dezembro de 2017

VIVER O NATAL...
Festa da Universidade Sénior fala no Natal dos Velhos

O Natal dos Velhos foi o tema da palestra que Ricardo Pocinho, assessor do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Centro e especialista na área do envelhecimento ativo, proferiu na Festa de Natal da Universidade Sénior de Proença-a-Nova, realizada dia 13 deste mês, coincidindo com o encerramento das aulas no período natalício.
Ricardo Pocinho referiu que Natal dos Velhos é igual ao Natal de todos os outros, “só que vivido pelos velhos. E para os velhos deveria significar mais, porque os velhos têm pouco tempo, ou cada vez menos tempo, para resolver os amores e desamores da sua vida”. E, por isso, face à probabilidade de serem os últimos natais da vida, devem ser vividos com as pessoas de quem se gosta e a fazer o que se gosta, com momentos de reflexão e tendo sempre como fator determinante o amor.
O investigador desafiou os alunos a terem sempre capacidade de participação em atividades enriquecedoras, independentemente da idade. “O envelhecimento populacional é, do ponto de vista da demografia, um problema para o País, para a Europa Ocidental e para o resto do Mundo também, mas deve ser visto só sob esse ponto de vista como um problema. Não é um problema ser-se mais velho, não é um problema viver mais anos, não é um problema viver mais tempo. Isso só se as pessoas quiserem viver a vida como um fardo. E aqueles que têm algum receio da morte é exatamente porque não gostam de viver. Quem gosta de viver, vive cada dia como uma oportunidade, porque é isso que é o envelhecimento”, referiu.
Autor do livro Seniores em contexto de aprendizagem: caracterização e efeitos psicológicos nos alunos das Universidades Seniores em Portugal, Ricardo Pocinho realizou um estudo para perceber se, efetivamente, as universidades seniores contribuem para o bem-estar dos seus alunos. E chegou a conclusões que reforçam as opiniões generalizadas de quem beneficia do projeto. “Os seniores que participaram neste estudo têm índices de ansiedade e de depressão muito mais baixos, a algumas pessoas inclusivamente, com o percorrer do tempo, é-lhes retirada ou diminuída a dose para uma destas patologias, experimentam muito menos aquilo que é o fenómeno da solidão e têm uma qualidade de vida mais acrescida e mais interessante”. Havendo mobilidade e funcionalidade, estímulo cognitivo e a manutenção de papéis sociais, a perspetiva de ter um envelhecimento ativo é muito maior. “Se todos os dias aprenderem uma coisa, se todos os dias fizerem uma caminhada e se todos os dias tiverem pelo menos uma refeição equilibrada, vai ser difícil chegar a velhos ainda que tenham muita idade”, afirmou.
Na abertura da Festa de Natal, o presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo, voltou a destacar o papel fundamental deste projeto. “Bendita a hora em que decidimos criar a Universidade Sénior de Proença-a-Nova. As universidades seniores são, de facto, pólos que contribuem para esse envelhecimento ativo e são fator de atratividade dos territórios, também para aqueles que estão fora e que têm aqui as suas raízes. É muito positivo que encontrem no seio da Universidade a capacidade de se sentirem novamente ativos, de transmitir conhecimento e de o receber”, salientou João Lobo.
A Festa de Natal incluiu ainda a palestra Natal Pagão e Natal Cristão, por Florentino Beirão, que viajou pelo Natal ao longo dos séculos, desde o Império Romano passando pela Idade Média, pela Reforma Protestante, pelo Barroco, pela Modernidade, tendo acabado na contemporaneidade do nosso natal consumista e consumidor.
Os alunos da Universidade Sénior de Proença-a-Nova dinamizaram ainda atividades cénicas, literárias e musicais, enquadradas no espírito da época.

27/12/2017
 

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