TINALHAS
Monárquicos recordam origem da Casa dos Viscondes de Tinalhas
O Movimento Monárquico de Castelo Branco, com o apoio da Junta de Freguesia de Tinalhas, organizou, sábado, nesta localidade do Concelho de Castelo Branco, uma conferência subordinada ao tema Evocação do Padre Estêvão Dias Cabral, Cientista. Pilar da Casa Viscondes de Tinalhas, que teve como orador Horácio Brás Jorge.
No encontro, Horácio Brás Jorge recordou que o padre Estêvão Dias Cabral foi contemporâneo do período barroco que se caracterizou, após a crise da Idade Média, pelo estilo artístico marcado pelo exagero, contraste entre o claro e o escuro e horror aos espaços vazios.
O padre Estêvão foi com 14 anos para Coimbra estudar Humanidades no primeiro colégio dos Jesuítas em Portugal. A Ordem dos Jesuítas foi expulsa de Portugal pela ímpia lei de 1759, para deitar garra às suas grandes riquezas, tendo sido apenas permitida a continuidade aos membros que ainda não tivessem sido ordenados. Cabral fez votos de presbítero a 8 de setembro de 1767, no Templo do Colégio Tibertino da Companhia de Jesus, em Tivoli, próximo de Roma. Em 1770 lecionava Matemática em que se destacou na Geometria, no período entre 1771 a 1785, passando a interessar-se pela Hidráulica, até que após 30 anos de desterro regressou a Portugal, acorrendo logo a Tinalhas, para abraçar a família.
No estudo da Hidráulica criou o molinete e foi incumbido de fazer um estudo acerca das ribanceiras do Rio Tejo e do Rio Mondego, pela ineficácia das proibições das queimadas do rio. A solução do padre Cabral foi a colocação de canos no rio, em linha reta, de modo a que se ganhasse força, o que foi concretizado por ordem do rei D. João VI.
Teve também influência em Lisboa, nas Amoreiras e no Aqueduto das Águas Livres.
A filha de Teodoro Faustino Dias, Eusébia Dias Cabral casou com António Meireles Granxo, dando origem à Casa dos Viscondes de Tinalhas. Teodoro herdou do padre Domingos Dias Martins a casa que passou para os Viscondes de Tinalhas. O primeiro Visconde foi José da Câmara e o segundo Tomás Barriga.