30 de maio de 2018

UMA INICIATIVA COMUNITÁRIA ENVOLVENDO TRÊS PAÍSES
Proença-a-Nova integra rede europeia de territórios resineiros

A Câmara de Proença-a-Nova vai integrar a Rede Europeia de Territórios Resineiros, no âmbito do projeto Sust-Forest do Interreg Sudoe, uma iniciativa comunitária relativa à cooperação transnacional sobre o ordenamento do território e desenvolvimento regional e que envolve Portugal, Espanha e França.
O objetivo de Sust-Forest é manter a extração da resina como aproveitamento florestal rentável que contribua para o emprego rural, a conservação do território e dos pinhais do espaço Sudoeste Europeu e Mediterrâneo.
A apresentação desta rede de cooperação decorreu no dia 8 de maio, em Valladolid, Espanha, onde o presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo, participou e onde destacou a recuperação da fileira resineira, que atualmente transforma 300 mil toneladas por ano, sendo que menos de 10 por cento da matéria-prima é europeia e onde a China e o Brasil são os maiores produtores mundiais.
João Lobo afirmou que “a exploração da resina promove uma gestão da floresta ao nível da limpeza e da gestão de combustível, leva pessoas para a floresta, fazendo com que assumam também um papel de vigilantes na defesa contra incêndios, nomeadamente nos meses críticos que coincidem com a campanha da resina, contribui para a conservação da paisagem e para a criação de emprego em zonas rurais como a nossa”.
No entanto, um dos maiores entraves à recuperação da resinagem apresentado pelo autarca é o facto de “a rentabilidade ser baixa, pois os serviços que presta à sociedade não se pagam, ou seja, a viabilidade efetiva para o produtor é muito inferior à vantagem económica real para a sociedade. Além disso, a resina nunca foi valorizada nas políticas públicas europeias, nomeadamente na Política Agrícola Comum”. Neste sentido, “esta rede europeia irá coordenar os trabalhos para garantir uma pressão política construtiva, estruturada e contínua que defenda os interesses em toda a cadeia de valor no setor da resina europeu, a começar pela produção florestal no espaço Sudoeste Europeu e Mediterrâneo, envolvendo os proprietários, a indústria, a investigação e as instituições públicas, adaptando as políticas em função das características de cada território”.
No âmbito desta colaboração europeia, em junho do próximo ano Proença-a-Nova receberá o Congresso Internacional da Rede Europeia de Territórios Resineiros.
Refira-se que Portugal foi um dos três maiores produtores mundiais de resina nos anos 80, entrando em declínio devido à concorrência brasileira e chinesa, mas que atualmente apresenta alguns sinais de recuperação. Atualmente, Portugal é um dos maiores importadores de resina do Brasil e da China, pois apesar de Portugal ter deixado de produzir, a indústria de transformação que depende desta matéria-prima manteve-se, passando a consumir resina importada.
Em Portugal, a Resipinus - Associação de Destiladores e Exploradores de Resina está a trabalhar no sentido de profissionalizar este setor que em Portugal apresenta várias dificuldades, nomeadamente a escassa formação técnica, o desconhecimento das pessoas ao nível das inúmeras aplicações industriais da resina e a diminuição significativa da área de pinhal, consequência dos incêndios florestais e da plantação abusiva de eucalipto.
Para a associação, a floresta tem de ser encarada como uma fonte de rendimento multisse-torial, uma das principais conclusões da palestra da Resipinus que aconteceu no Centro Ciência Viva da Floresta, no dia 21 de abril e que integrou a programação do Ano Municipal da Floresta – Proença-a-Nova Floresta. De acordo com o responsável da associação, “a floresta tem de viver de vários produtos e não só da madeira, isto porque estar dependente só de um produto é limitativo em caso de incêndio, por exemplo, perde-se o rendimento que demora anos a recuperar”.
A ação seguinte do Ano Municipal da Floresta decorreu dia 24 de maio, com a entrega de árvores de espécies autóctones aos deputados da Assembleia da República.

30/05/2018
 

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