SÃO VICENTE DA BEIRA
Fecho da agência da Caixa Geral de Depósitos gera indignação
O fecho da agência da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em São Vicente da Beira, no Concelho de Castelo Branco, está a gerar uma onda de indignação e protesto, até porque esse é o único balcão bancário de que esta freguesia dispõe.
Refira-se que este é uma das 70 agências que a CGD vai encerrar este ano, a maioria delas ainda no decorrer deste mês.
Contactado pela Gazeta, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, assegura que fez “tudo para o balcão não fechar” e avança que a Câmara “procurará arranjar soluções alternativas”, que podem passar pela “abertura de agências de outros bancos, havendo que sensibilizá-los nesse sentido”.
Luís Correia realça que está “contra o encerramento” da agência da CGD em São Vicente da Beira, tanto mais que “este é o único banco de capitais públicos, pelo que devia ter uma maior sensibilidade para estas situações”.
O autarca garante que tudo fará para ultrapassar este problema, apesar de adiantar que tem “a garantia da CGD que irá minimizar os problemas ao máximo, nomeadamente com a colocação de uma carrinha de atendimento à população”.
A indignação também é notória no presidente da Junta de Freguesia de São Vicente da Beira, Vítor Louro, ao afirmar à Gazeta que “ontem (segunda-feira, 11 de junho) os habitantes de São Vicente da Beira começaram a receber cartas que não dizem nada, que não adiantam nada”, avançando apenas que o balcão ao nosso dispor passará a ser o de Castelo Branco”.
Vítor Louro considera esta situação “completamente injusta. Não tem Sentido nenhum. Não tem explicação nenhuma, é apenas uma questão de números e de compromissos assumidos com Bruxelas”.
O presidente da Junta realça que “no caso de São Vicente da Beira estamos a 20 quilómetros de Castelo Branco e esta é a única agência bancária em São Vicente da Beira, servindo, além da Freguesia, mais cinco que são as Louriçal do Campo, Ninho do Açor/Sobral do Campo, Almaceda e Tinalhas”.
Acrescenta que “o que mais me entristece é que estão só a prejudicar os mais idoso, que tinham ali um ponto de abrigo para ter o seu dinheiro e receberem as reformas”.
Perante a situação, a Junta já fez chegar à população um comunicado, no qual é explicado que “a situação é irreversível” e sublinha que tanto a “junta como a Câmara estão empenhadas em conseguir que abre uma dependência de outro banco na localidade”, porque “um balcão bancáriao é viável em, São Vicente da Beira”.
Entretanto, a Concelhia do Partido Social Democrata (PSD) de Castelo Branco já tornou pública a sua posição sobre a situação, afirmando que “é particularmente grave porquanto a intervenção direta da agência CGD – São Vicente da Beira abrange um território considerável, incluindo outras freguesias, sem que sejam conhecidas as razões que sustentam esta inusitada e incompreensível decisão do atual Governo”.
Acrescenta que “permanecendo a Caixa Geral de Depósitos na esfera pública, a rede de balcões não pode ser desenhada estritamente numa lógica contabilística. No banco público têm de ser levados em conta outros critérios como os da coesão territorial e o direito ao acesso dos serviços bancários de proximidade. São estes aspetos que distinguem um banco público de uma banco estritamente comercial”, questionando que “a não ser assim qual o interesse em manter esta atividade financeira na esfera pública?”.
António Tavares