O Museu vai à aldeia no Souto da Casa
O Museu Arqueológico do Fundão vai comemorar o dia Internacional dos Museus, no próximo sábado, 18 de maio, a partir das 21 horas, no salão da Junta do Souto da Casa. Recorde-se que o Dia Internacional dos Museus é anualmente celebrado a 18 de maio. Foi criado em 1977 pelo ICOM – Conselho Internacional de Museus, com o objetivo de promover, junto da sociedade, uma reflexão sobre o papel dos museus no seu desenvolvimento e este ano o tema proposto é Museus como centros culturais: o futuro da tradição.
Com efeito, como instituições no coração da sociedade, os museus têm o poder de estabelecer o diálogo entre culturas, construir pontes para um mundo pacífico e definir um futuro sustentável.
Para Alcina Cerdeira, vereadora da Cultura, da Câmara do Fundão “o Souto da Casa é uma das nossas comunidades que é detentora dos conjuntos patrimoniais mais completos sobre o mundo rural tradicional do nosso concelho. Foi uma aldeia pioneira na preservação do património e possui uma grande sensibilidade e consciência na salvaguarda dos seus patrimónios. Esta sessão inicia uma nova frente de trabalho do nosso Museu, junto das comunidades que requer a participação de todos. Todos somos responsáveis pelo futuro do património.»
A equipa do Museu, com António Lourenço Marques, Albano Soares, Maria das Dores Ladeira e Fernando Henriques iniciaram a conversa aberta à participação de toda a comunidade com o objetivo de se construir um mapa do Património do Souto da Casa.
Também Pedro Salvado, diretor do Museu do Fundão, considera esta experiência de “arqueologia com todos” muito promissora afirmando que “ensaiamos no Souto da Casa uma nova coordenada do trabalho deste Museu, onde arqueologia comunitária e a participação das pessoas é o núcleo da ação. Nós estudamos, conservamos, descobrimos e lemos patrimónios, mas queremos transmitir estes domínios e garantir o seu acesso a toda a comunidade numa visão partilhada e corresponsabilizada. O acesso e a construção do património é coisa de todos e uma forma de garantir e de reforçar a coesão identitária das nossas terras, atualizando e integrando saberes. A arqueologia também serve para criar as raízes do futuro patrimonial das terras e contribuir para atenuar angústias de problemas como o despovoamento ou a perda ambiental. Queremos desenvolver uma arqueologia com e para todos assumindo o valor do coletivo nos projetos. Museu não são salas e peças, é território que é terra com gente, uma junção de tempos do e no território passado, presente e futuro”.