João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
PORTUGAL TEM FEITO PROGRESSOS evidentes em algumas áreas, reconhecidos em todo o mundo, mesmo que entre nós sejam de alguma forma desvalorizados. Dizia um amigo meu, estrangeiro, que Portugal é um dos países melhores para se viver e nós não o sabemos ou fingimos não o saber. E não só no litoral como também no interior. Queira-se ou não, Portugal mudou muito a sua imagem no exterior e isso também tem reflexo significativo na economia. Se pensarmos o turismo, desde há muito tempo um dos pilares da nossa economia, vemos que ele mudou muito. Foi tomado a sério pelos responsáveis políticos, investiu-se na qualidade e reforçaram-se os traços positivos da nossa cultura, histórica e gastronómica, sem se reduzir ao litoral e à praia. Não é por acaso que pelo terceiro ano consecutivo Portugal foi eleito como o melhor destino turístico da Europa pelos World Travel Awards, os óscares do turismo. Com direito a mais 39 prémios entre os quais o de melhor porto de cruzeiros, inaugurado há apenas dois anos. E depois de termos sido considerados o Destino Mais Sustentável da Europa. Tudo isto é o resultado de um trabalho de fundo que, a beneficiar de uma conjuntura internacional bastante favorável, continua a dar saborosos frutos para o equilíbrio das nossas contas. Claro que esta conjuntura pode mudar a qualquer momento e o Brexit já faz mossa com o movimento turístico de ingleses a refletir a instabilidade que se prenuncia. Por isso Portugal tem de procurar outras formas de ter uma economia saudável e sustentável. E a aposta passa pelas tecnologias inovadoras onde Portugal já está a dar cartas. Foi esta semana anunciado que o European Innovation Scoreboard (EIS) coloca Portugal na liderança dos países moderadamente inovadores, o mais de entre os países do sul da Europa, à frente da Espanha e da Itália e já colado ao grupo dos países mais inovadores. É bom para Portugal que assim seja, tornando-o mais atrativo para empresas tecnológicas de ponta, como a tecnológica alemã Zoe que escolheu Lisboa recentemente para iniciar a sua internacionalização. E outras como a Google e a Amazon ou a Uber e a Mercedes-Benz são empresas de base tecnológica que estão em vias de se instalar no nosso país. E é nesta linha estratégica que foi hoje anunciado pela secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência mais um passo na inovação ao apresentar uma nova aplicação, a Mai112, para cidadãos surdos que vão poder utilizar de forma autónoma a linha de emergência, com o recurso a intérpretes de linguagem gestual e com geolocalização do utilizador, entre outras funcionalidades. São estes caminhos que temos de trilhar para um futuro mais sustentável e amigo do cidadão.