João Belém
SER PERFECIONISTA
Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugná-la-íamos se a tivéssemos. O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito.
Fernando Pessoa
Ser perfecionista, não falhar em coisa nenhuma, só ficar satisfeito com o máximo, no trabalho, nos estudos, na vida social é uma situação com que algumas pessoas convivem.
Mas a verdade é que a perfeição não existe e, quanto mais a procuramos, mais acabamos frustrados. Isso faz com que as pessoas perfecionistas sejam muito críticas e exigentes, pois para elas nada é suficientemente bom — nem o que fazem, nem o que as outras pessoas fazem.
Ser perfecionista é stressante e a prazo tende a ser prejudicial
O perfecionista é crítico consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo: quanto maior o grau de exigência, maior seu grau de satisfação.
Uma investigação publicada na revista Personality and Social Psychology Review refere que as pessoas perfecionistas tendem a sofrer mais de depressão, ansiedade e de doenças do coração que as pessoas comuns.
Este estudo identificou dois tipos de perfecionismo.
Um deles não é prejudicial. É o chamado esforço perfecionista, que se caracteriza por uma pessoa ter objetivos ambiciosos, por trabalhar para os atingir, por aprender e progredir, tanto na sua vida profissional como na social.
O outro tipo de perfecionismo é a chamada preocupação perfecionista, e acaba por fazer mais mal que bem. Trata-se de um modo de ser caracterizado pelo medo constante de falhar, de não corresponder às expetativas dos outros, focado na auto-análise permanente.
Em resumo penso que a perfeição é uma ilusão, e toda ilusão gera frustração e deceção. Por isso, o mais importante é dar seu melhor, sem necessariamente ser o melhor, ou seja: busque a excelência em vez de perfeição. Quando buscamos a excelência, encontramos o melhor que existe em nós e sentimo-nos completos por isso. Quando buscamos a perfeição, encontramos apenas deceção e sentimo-nos muito menores do que realmente somos.