João Belém
A MATEMÁTICA E SEUS DESAFIOS
A Matemática é a única linguagem que temos em comum com a natureza.
Stephen Hawking
Realizou-se em Castelo Branco, entre os dias 10 e 13 de Julho o 35º encontro nacional de professores de matemática – ProfMat, uma das principais realizações da APM — Associação de Professores de Matemática.
Este evento é um lugar privilegiado onde, professores de Matemática se encontram e reencontram, para apresentar e discutir, analisar e refletir, partilhar e compartilhar, ideias e experiências, questões e inquietações, constrangimentos e desafios.
O ProfMat 2019 trouxe-nos um programa que, seguindo critérios de relevância, atualidade, diversidade, incidência curricular e profissional, se organizou para dar visibilidade e expressão a quatro grandes temáticas — Flexibilidade Curricular e Aprendizagens Essenciais, Raciocínio Matemático, Tecnologia no Ensino da Matemática e o Professor e a Aula de Matemática. Em sessões plenárias — dois painéis e cinco conferências — cerca de duas dezenas de conferências com discussão e algumas mesas redondas, desdobraram-se cada uma destas temáticas abordando assuntos específicos em cada caso, procurando ter em conta os interesses dos professores e contemplar os vários ciclos de escolaridade.
Também este ano, e como assim é desde há vários anos, o ProfMat teve um dia comum, neste caso o primeiro, com o SIEM — Seminário de Investigação em Educação Matemática — da iniciativa do Grupo de Trabalho de Investigação da APM. Destacamos neste dia comum a realização de duas Oficinas de Investigação sobre a Prática, com o propósito de promover a articulação entre investigação e ensino, teoria e prática, investigadores e professores, num caso sobre o raciocínio matemático, no outro sobre a resolução de problemas.
A tradição de aliar a investigação à prática é longa e rica e tem vindo a promover a articulação entre a investigação e o ensino da Matemática.
Pretende-se estreitar ligações entre investigadores e professores, contribuindo ainda para difundir o conhecimento que emerge da investigação realizada sobre diversas temáticas, e que é reconhecidamente relevante para o ensino e a aprendizagem da matemática.
Neste contexto convém refletir que vivemos, nos tempos presentes, “a sociedade da criação” (Portnoff, 1992). Os conhecimentos renovam-se rapidamente, em consequência dos progressos científicos e tecnológicos. Já não chega trabalhar bem, é preciso fazê-lo cada vez melhor. Há que desenvolver capacidades que ajudem os indivíduos a mais facilmente se adaptarem às novas circunstâncias e situações.
O Ensino deve ser pois uma experiência de “religar”, através das nossas forças criadoras, permitindo a evolução do conhecimento, com Liberdade e Responsabilidade.