24 de julho de 2019

Fernando Raposo
FÁBRICA DA CRIATIVIDADE: UM EQUIPAMENTO ÚNICO E SINGULAR

Inaugurada na semana passada, a Fábrica da Criatividade constitui-se como um equipamento de referência da cidade e da região e encerra, julgamos nós, a rede de equipamentos culturais do município.
Ao longo dos últimos 20 anos, a cidade e o concelho foram objecto de uma reforma profunda, designadamente ao nível do reordenamento e requalificação dos espaços urbanos, da recuperação e construção de equipamentos para as artes e para a cultura, para o lazer e para o desporto, para as ciências e tecnologias, etc. e que concorrem hoje para a criação de novos contextos e ambientes de convívio, de lazer, de fruição culturais e de trabalho e que associados ao papel das instituições de ensino superior, do ensino secundário e profissional do concelho e da região, em particular no ensino das artes e das tecnologias, e à vitalidade das associações e agentes culturais do concelho, geram e constituem o contexto propício à promoção e desenvolvimento da economia criativa.
Como se refere no estudo macroeconómico “Desenvolvimento de um Cluster de Indústrias Criativas na Região Norte”1 , “A criatividade daqueles que habitam e lideram uma cidade determina o seu sucesso. Tem sido, por isso, um factor fundamental para o desenvolvimento urbano, com um forte impacto no crescimento pessoal, na identidade e na imagem local e, finalmente, na qualidade de vida e no bem-estar da comunidade”(p.27).
Castelo Branco, enquanto cidade criativa, afirmar-se-á e tornar-se-á mais competitiva, pela forma como souber potenciar e integrar aquela que é a sua riqueza cultural - traduzida na sua diversidade e identidade local -, as dinâmicas do trabalho em rede e o talento criativo.
A existência de um espaço comum, em que os diferentes agentes culturais se entrecruzam, colaboram e partilham ideias, criatividade e recursos, será o primeiro impulso para a promoção de uma significativa comunidade criativa.
A criatividade é hoje assumida no quadro das políticas nacionais e regionais, constituindo uma preocupação central dos decisores políticos, enquanto factor de desenvolvimento económico e social. Sublinhe-se que já na “Agenda de Lisboa”, em Março de 2000, a Europa se compromete a assumir-se como a mais competitiva e dinâmica economia do conhecimento do mundo.
Como se refere no estudo, “começa a ganhar expressão um novo paradigma de desenvolvimento das regiões” em que a economia, a cultura e as artes estão interligados. Tal, resulta dos processos de globalização que pressupõem a mobilidade dos diferente agentes (criadores, investigadores, empresários,...), mo- vimento de capitais, ligações em rede, etc., pelo que a afirmação e a competitividade de cada região dependerá muito da capacidade de inovação e oferta de serviços cada vez mais especializados.
Importa sublinhar e relevar que a Fábrica da Criatividade foi pensada e desenhada com os criadores locais, de forma a dar resposta às suas necessidades e às necessidades e especificidades dos grupos das áreas artísticas e performativas, designadamente do teatro, dança, música, cinema, vídeo e televisão, e outras áreas do design e da arquitectura, que não tendo espaço no CEI (Centro de Empresas Inovadoras), podem aqui ficar alocados e constituir um aporte às actividades por aqueles desenvolvidas. Estão neste caso o design de comunicação, o design de moda (figurinos), o design de interiores e mobiliário.
A Fábrica da Criatividade, equipamento único e singular, está dotada, grosso modo, de auditório adequado à apresentação de espectáculos de teatro, dança, música e apresentações audiovisuais e multimédia, com capacidade para aproximadamente 200 lugares; black box (s) para ensaios de teatro, dança e outras artes performativa, permitindo o funcionamento dos grupos em simultâneo e libertando o auditório para a realização de espectáculos; sala para actividades multidisciplinares com 70 a 80 m2; espaços/oficina para construção de materiais (adereços, cenários, estruturas de madeira e outras, pintura), no âmbito das actividades dos grupos residentes; cafetaria; espaços de arrumos para materiais e equipamentos de utilização comum: gabinetes de Design (comunicação - gráfico e multimédia, interiores e equipamento, moda); gabinete de concepção e produção audiovisual: Sala para biblioteca especializada (teatro, música, dança, fotografia, ...) e espaços específicos para os grupos residentes.
 1 Estudo promovido pela Fundação Serralves e coordenado por Augusto Mateus, Janeiro de 2008.

24/07/2019
 

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