TRÊS ANOS APÓS A SUA CRIAÇÃO
Central Meleira continua a aumentar produção
A Central Meleira, três anos após a sua entrada em funcionamento, continua a aumentar a produção, em todos os indicadores. Isso mesmo foi confirmado na passada quinta-feira, 19 de setembro, aquando da apresentação dos dados relativos à campanha que agora terminou.
Depois de no primeiro ano, em 2017, se terem extraído 55 lotes de mel, o que representa 31 toneladas, ao que houve a juntar 182 quilogramas de pólen e duas toneladas de cera, em 2018 esses valores subiram para 68 lotes de mel, representando 36 toneladas, bem como uma tonelada de pólen e quatro toneladas de cera. Número que voltou as subir este ano, com a extração de 75 lotes de mel, representando 46 toneladas, a somar a 1.900 quilogramas de pólen e seis toneladas de cera. Perante estes números, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, revela “satisfação” pelo desempenho alcançado pela Central Meleira, que, recorde-se, se localiza na Zona Industrial de Castelo Branco e está instalada num edifício da autarquia, sendo gerida pela Meltagus – Associação de Apicultores do Parque Natural do Tejo Internacional.
Luís Correia salientou que “este ano a Câmara investiu 5.300 euros na Central Meleira”, com a presidente da Meltagus, Odete Gonçalves, a explicar que, “no ano passado, após a extração, o mel tinha que ser bombeado e depois embalado, o que podia alterar a qualidade e não agradava aos apicultores. Por isso, com algumas obras, de forma simples, foi possível eliminar essa etapa do bombeamento”.
O autarca realçou, também, que a “Câmara continua a suportar a quase totalidade do financiamento da Central Meleira, pelo que os apicultores têm um custo muito reduzido”.
Por outro lado, Luís Correia, espera que “continue a aumentar a aumentar a adesão de apicultores à Meltagus”, referindo a importância “dos apicultores estarem motivados para a sua produção”, ao mesmo tempo que se cria “a motivação para que outras pessoas adiram a esta atividade”.
Uma área em relação à qual refere que “o crescimento do número de apicultores de Castelo Branco é de destacar”, com Odete Gonçalves a adiantar que, atualmente, a Meltagus conta com 259 associados, havendo 160 apicultores em Castelo Branco e 31 mil colmeias instaladas na região.
Odete Gonçalves assegura para se alcançar tudo isto “sem o apoio da Câmara seria muito complicado, embora este ano os apicultores tenham passado a ter um custo associado à extração. Até agora a extração era 100 por cento gratuita, mas, agora, tem um custo associado, que é simbólico, sendo de cinco cêntimos por quilo para os apicultores de Castelo Branco e 120 cêntimos para os de fora”.
Na sessão de balanço da campanha deste ano esteve também presente um apicultor, Sérgio Morgado, que não perdeu a oportunidade de “agradecer à Câmara, porque sem esta infraestrutura não era possível continuar a desenvolver a atividade na região, devido às exigências alimentares”.
Sérgio Morgado garante que “as condições que se encontram aqui não se encontram em mais lugar nenhum” e sublinha que “qualquer pessoa consegue produzir mel, mas colocá-lo no mercado, com as exigências alimentares, é outra coisa”.
Acrescenta que “a atividade tem aumentado. Tem aumentado o número de apicultores e de colmeias, bem como a qualidade do mel”, não deixando, no entanto, de realçar que “com as alterações climáticas é cada vez mais difícil produzir”. De qualquer modo defende que o importante é “continuar a produzir um produto de excelência”, pois “levar o mel de Castelo Branco a todo o Mundo é o objetivo dos apicultores, da Câmara e da Meltagus”.
Vespa asiática
gera preocupação
A vespa velutina, mais conhecida como vespa asiática, também esteve no centro das atenções, com Luís Correia a afirmar que “estamos a contar com a Meltagus para esse trabalho exigente de combate à sua proliferação”, adiantando que “estamos a tentar combater a vespa asiática no Concelho de Castelo Branco, com uma série de ações, pois, infelizmente, estamos também a ter esse problema”.
Nesta matéria Odete Gonçalves confirma que a vespa asiática “é uma realidade que já começamos a ter em Castelo Branco. A vespa asiática chegou a Portugal em 2011, a primeira vez que foi vista uma, em Almaceda, foi em 2017, em 2018 foi retirado um ninho e este ano já foram quatro”.
Recorda que quando foi detetado o primeiro ninho “pedimos apoio à Câmara, para atuar de modo preventivo. Pedimos apoio à Câmara para comprar isco, que a Meltagus distribui junto dos apicultores”. Procedimento que se manteve este ano”, sendo ainda adiantado que “na Meltagus estamos a colocar iscos, em armadilhas, na zona envolvente de Castelo Branco, para controlarmos a vespa asiática”. Além disso “também fizemos sessões de divulgação sobre a vespa asiática nas juntas de freguesia, para apicultores e para a população em geral”, aproveitando para apelar a que “qualquer pessoa que aviste uma vespa asiática ou um ninho nos deve comunicar”.
António Tavares