13 de novembro de 2019

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

ESTE DOMINGO , pela quarta vez em quatro anos, os nossos vizinhos espanhóis foram às urnas tentar desatar o nó da governabilidade que desde há já tempo demasiado, e com consequências graves para a democracia, está a paralisar a governação do país. Inspirado no caso português, Pedro Sanchez tentou construir uma geringonça à espanhola, mas encontrou um Pablo Iglésias, líder do Unidos Podemos, inflexível e a exigir o que Sachez não podia dar. E foi assim, tendo como pano de fundo a grave crise da Catalunha, que se foi novamente para eleições. Que confirmou a previsão de muitos de que o eleitorado iria castigar aqueles que não mostraram vontade de encontrar ou facilitar solução governativa. Uma inevitabilidade que só admira os próprios, refiro me ao perdedor Podemos, não a terem colocado no prato da balança. Consequências deste ambiente politico que levou a um beco sem saída: A manutenção do PSOE como maior partido mas incapaz de atrair mais eleitores; uma direita em crescendo, com o PP a recuperar alguma coisa do muito que havia perdido nas eleições anteriores, os Ciudadanos a sofrerem uma pesada derrota, talvez com os seus eleitores a castigar a inconsequência do partido e a fabricar a maior “surpresa”, a subida vertiginosa do VOX, da extrema direita populista e saudosista do franquismo, que em pouco mais de um ano, passou do nada a terceira força politica representada no parlamento. Um sentimento ultra-conservador, xenófobo e racista, que se tem espalhado um pouco por toda a Europa e à qual nós, em Portugal, julgávamos até à pouco tempo estar imunes. Claro que André Ventura se apressou a aclamar os resultados do VOX, porque, podem acreditar, muito vamos ouvir falar dele e a ter de conviver democraticamente com o seu partido. O ovo da serpente está lá. Não o podemos ajudar a fertilizar. Em Espanha não se auguram tempos fáceis.

POR ESTES DIAS VIVEU-SE O DRAMA DO BEBÉ abandonado num contentor do lixo. Rápido se soube que o ato foi praticado por uma jovem cabo verdiana, 22 anos, sem abrigo, que vivia escondida numa tenda perto do local onde o bebé fora encontrado por outro sem abrigo. Nas redes sociais, como é hábito, dividiram-se as opiniões, mas a maioria tal como a veiculada pelos media é consensual que por detrás da notícia há um drama pessoal que há de ter em conta, uma falha do Estado Social, uma falha das estruturas de apoio que esperam os milhões prometidos pelo governo no combate à exclusão social e que até agora os municípios esperam. E que o Presidente da República vai lembrando, com as palavras e a sua presença, de forma contida nesta caso. Não teria sido preferível que a jovem tivesse sido recolhida numa casa abrigo, onde lhe fossem prestados apoios psicológicos e psiquiátricos em vez da aplicação da medida de prisão preventiva?

13/11/2019
 

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