Edição nº 1628 - 4 de março de 2020

Recordar a história de Escalos de Cima

A Real Associação da Beira Interior e a Associação Squalius, com o apoio da União de Freguesias de Escalos de Cima e Lousa, organizaram, dia 1 de março, no Salão Paroquial de Escalos de Cima, uma palestra subordinada ao tema Escalos de Cima no Contexto Cultural da Beira-Baixa”, que teve como oradora Maria Adelaide Neto Salvado.
No decorrer do encontro foi recordado que em 1906 o administrador do Concelho de Castelo Branco comunicou ao governador civil de Castelo Branco o óbito de um recém-nascido natural de Escalos de Cima, filho de Joaquim Brás e Catarina Soares (Coelho), a criança era para ser enterrada em casa de seus pais, neste caso na Rua do Adro, mas as autoridades a partir do delegado de saúde não permitiram tal situação e a criança foi enterrada no cemitério público. No início do Século XX havia muita mortandade sobretudo mortalidade infantil, em 1906 morreram 21 pessoas em Escalos de Cima sendo 13 óbitos de crianças. Era pároco o padre José Luís Fragoso.
Era costume muito antigo, o enterro de crianças em casa dos pais, quando não tinha recebido o sacramento do batismo, caso que foi referido por José Leite de Vasconcelos.
No romance de 1856, escrito por Camilo Castelo Branco, Onde está a Felicidade, é descrito o enterro de uma criança em casa de seus pais que não recebeu o sacramento do baptismo.
Na Antiguidade o filosofo Origenes de Alexandria defendia que o batismo das crianças devia ser feito à nascença. São Cipriano defendia o batismo oito dias após a nascença. Santo Agostinho, Doutor da Igreja Católica de Roma, dizia que sem batismo não há salvação, por esse motivo as crianças não deviam ser enterradas em espaços sagrados, como se pode ler no livro Confissões. O Papa Gregório I (554-604), também dizia que as crianças sem batismo não devem ser enterradas em espaços sagrados e têm condenação no Inferno.
Pedro Abelardo (Século XII), dizia que Deus era misericordioso e afirmava que as crianças mortas sem batismo iriam para o Limbo.
Em França existiam vários Santuários Marianos Aripi, com objetivo de batizar as crianças logo à nascença, a fim de terem a salvação e serem enterradas em espaços sagrados. Mas, no Século XV estes santuários foram proibidos.
Foram apresentados ex-votos em relacção ao tema.
Leite Vasconcelos fala dos Batismos da Ponte em Montalegre, onde à meia-noite as crianças no ventre da mãe grávida recebiam o batismo sendo-lhe deitada água, símbolo da pureza.
Mais tarde o Papa Bento XVI acaba com o Limbo.
Foram também referidos os achados do arqueólogo Francisco Tavares Proença Júnior em Escalos de Cima, nomeadamente 17 machados de pedra polida e vestígios do Império de Roma.
Foi igualmente referido um livro que fala de mini tornados em Escalos de Cima, como os Burburinhos, onde estão relatos orais do sucedido.

04/03/2020
 

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