António Tavares
Editorial
O Dia do Emigrante é comemorado em Portugal, no próximo sábado, 8 de agosto. Um dia conhecido por poucos, mas que se reveste de grande significado para os Portugueses e mais ainda para quem tem origens no Interior do País.
Os Portugueses são um povo de emigrantes. A prova disso é que em qualquer ponto do Mundo há sempre um Português. Por isso, são largos os milhões de Portugueses que estão espalhados um pouco por todo o Mundo. Nas décadas de 50 e 60 do século passado foram muitos os Portugueses que saíram do País à procura de melhores condições de vida, quer pelo aspeto económico, quer em procura da liberdade que não existia com o Estado Novo.
Mais recentemente Portugal foi atingido por novas ondas de emigração. Desta vez, principalmente por questões económicas, pois com falta de ofertas profissionais e devido às crises económicas, muitas foram os jovens que decidiram partir para outros países.
Mas há outros emigrantes que não aqueles que saem do País. Há também os que transitam da sua região de origem para outras, especialmente para o Litoral. Um fenómeno que também não é novo, mas que nos tempos mais recentes se acentuou. Resultado disso o Interior está cada vez mais desertificado e há cada vez menos jovens, com as aldeias, que em tempos ainda tinham um número significativo de habitantes, a ficarem vazias. Tanto mais que no Interior, também há os emigrantes, que se deslocam das aldeias e vilas para as cidades, sempre na busca de melhores condições de vida.
A desertificação é, por isso, um problema que cada vez se torna mais grave, do qual muito se fala, mas para o qual não são criadas soluções que o ultrapassem.