Edição nº 1652 - 19 de agosto de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

ADIVINHAM-SE TEMPOS DIFÍCEIS OU PERIGOSOS para a democracia como nós a conhecemos desde que nos foi devolvida pelos capitães de Abril. Olhávamos para os países nossos companheiros de viagem na construção europeia e surpreendia-nos a ascensão de uma extrema-direita fascista e não democrática, a cavalgar a onda do populismo e nacionalismo, que sabia aproveitar muito bem os novos recursos de comunicação pelas redes sociais para disseminar as suas ideias e, sem olhar a meios, construir toda uma rede de falsas noticias que iam ao encontro das fúrias e frustrações dos utilizadores para as multiplicar de forma exponencial. Pensávamos que isto era mal dos outros e que aqui o campo não seria fértil para fazer crescer esta (outra) peste. Estávamos enganados, como hoje sabemos. A entrada fulgurante do Chega de André Ventura está a causar mossa tremenda em toda a direita, como não se via desde 1974 e as suas bandeiras terão de ser claramente combatidas sem divisionismos pela esquerda. Uma parte do eleitorado do CDS, não todo que fique claro,  encontra no Chega a vontade de  mudança de regime e o regresso a um certo autoritarismo que julgam  lhes vai trazer mais segurança, expulsando ou enfiando num gueto os outros, os diferentes. Deste modo, se as sondagens não mentirem, o CDS vai ter a vida difícil, muito difícil e vai ficar dividido entre respeitar as matrizes do partido fundado por Adelino Amaro da Costa e Diogo Freitas do Amaral ou tentar reter o eleitorado através do mimetismo com o Chega, esquecendo que nunca será o original, apenas a cópia. Mas o mais estranho e preocupante é a posição assumida pelo segundo partido mais votado, um partido sempre pronto para assumir a governação e que agora, pela voz de Rui Rio, considera a possibilidade de negociar com André Ventura, depois das eleições autárquicas, presume-se que em cima da mesa estará a colaboração ou mesmo formação de um governo no caso do PSD ganhar as próximas legislativas. E não é a única voz do partido a defender esta posição, o líder madeirense Miguel Albuquerque até comparou o Chega ao CDS na sua fundação, o que revela uma  ignorância tremenda. Mas se Rui Rio levar para a frente a sua posição, está a cometer um erro suicidário. Está a por a sua assinatura  na credibilidade do movimento, está a dar uma garantia aos seguidores de Ventura de que o seu voto não será inútil, que o voto no Chega o pode levar à esfera do poder e influenciar a governação. Certamente que da parte do PSD haverá bom senso, sensibilidade democrática e respeito pela grande maioria dos seus militantes e eleitores.

19/08/2020
 

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