António Tavares
Editorial
Definitivamente o COVID-19 está na origem de uma nova divisão do tempo, como sempre sucede com acontecimentos, sejam bons ou maus. Assim, não resta a menor dúvida que, no futuro, certamente muitas pessoas se referirão ao período anterior à chegada do novo coronavírus, como o Antes COVID (AC), enquanto o período pós-pandemia, será o Depois COVID (DC). Até lá, no entanto, temos pela frente outro DC, que é o Durante COVID, que todos esperam que passe bem depressa.
O AC caracterizava-se por serem anos nos quais as pessoas saiam à rua sem medo, juntavam-se em festas, em acontecimentos desportivos e festas, entre muitos outros, vivendo a vida (passe o pleonasmo). Afinal viviam de acordo com aquilo que é do melhor da existência humana, que é o convívio entre pessoas.
O DC, quando chegar, certamente todos esperam que sejam aquele que se poderá denominar o AC2, ou seja, que se recupere este tempo perdido, pelo menos, porque as vidas que se perderem com esta pandemia não poderão, infelizmente, ser recuperadas.
Mas até se chegar a este DC todos temos pela frente o atual DC, que continua a impor novas regras e uma nova realidade na vida de qualquer um.
Do que não resta a menor dúvida é que pelos menos 2020 será considerado um annus horribilis para todo o Mundo, sem exceções. Um ano de morte, de doença, de problemas, económicos. Um ano em que uma doença originou a escalada de outras doenças, como por exemplo, a ansiedade e a depressão, que inevitavelmente deixarão marcas para o futuro.
Que a luz, que é como quem diz a cura para o COVID-19 surge rapidamente, para que 2021 possa receber o complemento de annus mirabilis.