Edição nº 1699 - 14 de julho de 2021

CANDIDATURA DA CDU ÀS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS QUER
“Tirar Castelo Branco do caminho da desertificação e pequenez”

A Coligação Democrática Unitária (CDU), que integra o Partido Comunista Português (PCP) e o Partido Ecologista Os Verdes (PEV), apresentou, na passada sexta-feira, 9 de julho, na Praça do Centenário da República, em Castelo Branco, as candidatas à Câmara e à Assembleia Municipal de Castelo Branco, nas eleições Autárquicas de 26 de setembro.
A candidata à Câmara, Felicidade Alves, começou por destacar que “sabemos que a Câmara pode ser o motor de uma dinâmica que envolva as juntas de freguesia, as coletividades, as escolas, as instituições e as pessoas, para que possa fazer mais e melhor”.
Felicidade Alves defende que “partindo da ideia de Castelo Branco ser um concelho com crescimento negativo, devido ao abaixamento demográfico, a política para a cidade e a aldeias do Concelho tem necessariamente de ser invertida, deixando de ser errática, feita de iniciativas pontuais, ao sabor de interesses”, argumentando que “a autarquia funciona, muitas vezes, como mera distribuidora de verbas e promotora de iniciativas desligadas, inconsistentes e que têm conduzido o Concelho ao estado atual”.
Por isso garante que “pretende-se passar a assentar em ideias consistentes e coerentes capazes de tirar Castelo Branco do caminho da desertificação e pequenez, para a transformar numa cidade com marca e uma cidade de todos e para todos”.
Nesse sentido aponta para diversas áreas e começa pela economia, na qual defende “um desenvolvimento sustentável, promovendo a coesão territorial através do investimento público, reforçando a atratividade e criando condições favoráveis ao incremento do investimento privado, à manutenção e instalação de novos negócios que possam trazer riqueza à Região, mas descartando a hipótese de Castelo Branco se tornar a capital do emprego precário e mal remunerado”.
No que respeita à água e resíduos, é defendida “a gestão pública da recolha e tratamento dos resíduos urbanos e do tratamento das águas residuais”, sendo sublinhado que “não queremos e não devemos ser o caixote do lixo de outros concelhos, sem rentabilizarmos o lixo com empresas de reciclagem, compostagem e outras, que tragam valor e emprego à cidade”.
Nesta área é também defendida “a gestão pública da água”, até porque “a água não é uma mercadoria. Assim, vemos com preocupação a criação de mais mil hectares de regadio intensivo, junto à Barragem de Santa Águeda”.
Já na vertente da mobilidade e transportes é apontado que “a população de Castelo Branco não usa de forma sistemática os transportes urbanos disponibilizados, porque não têm oferta de horários dirigidos às populações em geral, mas sim a uma camada de trabalhadores fabris”, concluindo que “é bom, mas é pouco” e apontou algumas sugestões para ultrapassar o problema.
Felicidade Alves considera que “não há em Castelo Branco uma verdadeira política de reabilitação urbana e de apoios ao arrendamento jovem”, de onde “é urgente dinamizar os bairros da cidade”. E ainda focada na cidade “defendemos a construção de um centro de feiras e eventos, para não se ter que pagar o montar e o desmontar permanente a que se assiste sempre que há uma realização na cidade”, recordando que “esta é uma proposta da CDU feita em 2017”.
Na vertente cultural “defendemos uma política de apoios e subsídios com critério e exigência” e assegura que “para a CDU o movimento associativo deve ser um agente dinâmico da conceção, execução das intervenções culturais na cidade e respetivas freguesias”, pelo que “são necessárias políticas que respeitem a pluralidade criativa e a descentralização dos eventos culturais do município”.
A candidata realça, na área da cultura, que Castelo Branco “tem equipamentos, no entanto, para que esses espaços sejam vivenciados e sentidos como espaços públicos é necessário um trabalho a realizar na sua rentabilização”. Tudo, para mais à frente denunciar que “um exemplo de abandono cultural e de gestão inadequada de espaços é o que se passa com o Museu Francisco Tavares Proença Júnior por parte do município. Um espaço outrora dinâmico e rico que vive nos dias de hoje um abandono difícil de explicar”.
Felicidade Vale afirma que a CDU “defende uma escola pública, gratuita e de qualidade, com autonomia, com liberdade pedagógica dos profissionais de educação”, bem como “desporto e cultura para todos”, de onde é avançada “a dinamização de atividades desportivas para a população ativa, cidadãos portadores de deficiência e aposentados, convidando todos a praticar desporto”, ao mesmo tempo que “é essencial o apoio ao desporto escolar, entendendo este como verdadeiro pólo da prática desportiva e embrião de futuros atletas”.
Já com a atenção centrada na coesão territorial, entre outros pontos, é realçado que “as diferentes freguesias do Concelho têm enormes potencialidades através dos seus recursos humanos, naturais e endógenos, que podem e devem ser aproveitados para a valorização da produção nacional, desenvolvimento do aparelho produtivo, criação de emprego e melhoria das condições de vida”.
A candidata revela também preocupação, ao afirmar que “preocupam-nos os dados demográficos da Região, que nos mostram que se assiste no Concelho a altos níveis de envelhecimento, onde na atualidade para cada 100 jovens ativos há 187,9 idosos. Este dado, acompanhado do fraco desenvolvimento económico e do nível de desemprego dá-nos o retrato de um concelho envelhecido e deprimido”. Daí que “urge reverter o atual ciclo de crescimento negativo da população, com intervenção do município na implementação de um modelo de desenvolvimento sustentável que abranja o território do Concelho, com a alteração do tecido produtivo, na captação de investimento e na criação de riqueza e emprego”.
Na mesma linha, a candidata à Assembleia Municipal, Carina Caetano, afirmou que “queremos que Castelo Branco seja uma cidade próspera, desenvolvida, com emprego digno, boas infraestruturas, limpa, saudável, amiga do ambiente, assim como todas as freguesias do Concelho”, sublinhando que “Castelo Branco tem uma situação económica confortável, não aceitamos que não proporcione uma boa qualidade de vida para todos”.
Carina Caetano falou na “necessidade de uma plano de recuperação do centro histórico, que apresenta sinais evidentes de degradação como a Rua dos Chões, a Rua de Santa Maria, a Rua das Cabeças, a Rua do Poço das Covas, a Rua do Arressário, a Rua dos Passarinhos e muitas outras” e revelou que “gostávamos que fosse um belo cartaz de visita aos turistas que nos visitam”.
A candidata recorda igualmente que “sugerimos que se fizesse cinema ao ar livre no Parque da Cidade, retomando uma velha tradição da nossa cidade e que faz todo o sentido nos tempos que vivemos, evitando locais fechados”.
Já noutra vertente realça que “consideramos que a Câmara deve ser um empregador exemplar e deve contratar diretamente os seus trabalhadores, evitando o recurso a empresas de trabalho temporário para serviços permanentes”, bem como “deve integrar os trabalhadores da Albigec no estatuto de trabalhadores municipais, pagar de acordo com a lei geral da função pública e reestruturar horários”.
A sessão de apresentação contou também com a intervenção de uma apoiante da candidatura, Elsa Ligeiro, que entre outros pontos destacou que “as eleições são uma escolha importante, principalmente no Concelho de Castelo Branco”, para frisar que “nunca existiram tantos candidatos à Câmara de Castelo Branco” e sublinhar que “ninguém deve ficar em casa, com a desculpa de não haver uma lista com as suas ideias”.
E com os olhos nas Autárquicas, Vladimiro Vale, que é membro da Comissão Política do Comité Central do Partido Comunista Português (PCP), afirmou que “este é um projeto assente no poder autárquico democrático, que é uma conquista do 25 de Abril”.
António Tavares

14/07/2021
 

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