Edição nº 1714 - 3 de novembro de 2021

SAÚDE
HAL atende mais de 250 doentes com AVC por ano

O Hospital Amato Lusitano (HAL) de Castelo Branco, da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB), atende, por ano, mais de 250 doentes que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC). O valor foi adiantado pela diretora clínica da ULSCB, Eugénia André, na passada sexta-feira, 29 de outubro, data em que foi assinalado o Dia Mundial do Doente com AVC.
Eugénia André realça que este valor se tem mantido ao longo dos anos, ou seja, “não está a decrescer como devia estar, apesar das campanhas desenvolvidas para alertar para este problema de saúde”.
A diretora clínica destaca também que o objetivo de assinalar o Dia foi lembrar que “o AVC existe, se mantém, e que este Hospital e a sua unidade de AVC mantêm-se a receber mais de 250 AVC por ano”, sublinhando que este “é um número elevado e que não desceu durante a pandemia de COVID-19”.
Eugénia André adianta também que “os AVC mais frequentes sãos os isquémicos, por serem muito relacionados com os fatores de risco”.
De qualquer modo deixa um alerta, ao afirmar que qualquer pessoa que “se tiver uma alteração na fala; algum desvio na face, nomeadamente labial; diminuição da força muscular, mesmo discreta, deve chamar o 112 e vir ao Hospital o mais rápido possível”. E reforça que perante “alguma dessas alterações, mesmo de noite, as pessoas devem vir ao Hospital”, isto, porque chama a atenção “quando a situação acontece de noite, as pessoas têm tendência a deitar-se, para descansar”, mas o certo é mesmo recorrer a uma unidade hospitalar, uma vez que a rapidez de atuação é determinante, não só porque salva vidas, mas também porque é determinante para que no futuro as sequelas sejam minimizadas.

“Prevenir, prevenir,
prevenir”
Eugénia André fala também nos AVC que “têm a ver com arritmias cardíacas, pois é mais frequente a fibrilação auricular”, sendo estes casos em que “os doentes fazem medicamentação preventiva, mas, mesmo assim, com sintomas, devem vir ao Hospital”.
Avança também que “os AVC hemorrágicos são em menor número e têm a ver com a hipertensão não controlada”, pelo que “é importante ter a hipertensão controlada, bem como todos os outros fatores de risco”.
Por tudo isto, a diretora clínica reforça que a mensagem que importa ficar “é que perante sintomatologia se deve vir ao Hospital” e acrescenta que no respeitante aos fatores de risco “há que mudar para um estilo de vida saudável, sem esquecer de tomar sempre a medicamentação prescrita, por exemplo, pelo médico de família”.
Eugénia André, ao lado de uma cama da Unidade de AVC montada na entrada do HAL, sublinha que “a ideia de trazer isto para aqui é para dizer que não convém estar deitado naquela cama”, reiterando a importância da prevenção, até porque na maioria dos casos “um AVC implica invalidez para o resto da vida”.
Assim, continua, o que “pretendemos é que haja prevenção, no que respeita aos fatores de risco, e rapidez, chamando o 112 e recorrendo ao Hospital, no caso de se verificarem os sintomas de um AVC”.
Ou seja, a regra “é prevenir, prevenir, prevenir” e assegura que “independentemente da pandemia ou de outra situação, o HAL tem a via verde a funcionar” e frisa que a ida ao Hospital “é perfeitamente segura, porque os circuitos são diferentes”.
Eugénia André destaca igualmente que “só os AVC que chegam atempadamente e que têm indicação para trombectomia é que são transferidos para os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), onde fazem o procedimento e, depois, regressam ao HAL. No caso dos AVC hemorrágicos, só são transferidos os que têm indicação expressa para intervenção neurocirúrgica, uma vez que o HAL não tem Serviço de Neurocirurgia”.
Eugénia André realça também que o HAL, no que se refere ao tratamento de doentes com AVC, tem uma vasta equipa que inclui médicos, enfermeiros, enfermeiros de reabilitação, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, neurologista, sem esquecer a parte de assistente social, porque os doentes, normalmente, têm todos uma grande dificuldade em ter suporte da comunidade e, por isso, as assistentes sociais são fundamentais”, referindo que “muitas vezes os doentes são reencaminhados para os Cuidados Continuados”. Tudo isto, para deixar bem claro que no tratamento dos doentes com AVC as “equipas são multidisciplinares”.

O tratamento
dos doentes
Maria Ferreira, que é fisioterapeuta, afirma que o seu papel passa, “numa fase inicial, por avaliar as consequências do AVC”. Isto para se chegar a um modo de intervenção para “estimular o máximo de autonomia possível do doente, numa faze inicial”.
E é focada neste objetivo que avança que “a Fisioterapia está cá para ajudar. Não ser o fim da linha, mas um novo começo, para aumentar a qualidade de vida das pessoas”.
Por seu lado, Joana Grilo, que é enfermeira especializada em reabilitação, afirma que o seu papel “é cuidar do doente e prevenir complicações decorrentes do internamento, que se caracteriza por longos períodos de imobilidade”. Um papel que também passa pela “prevenção de complicações e pelo encaminhamento do doente para casa”, destacando que “os doentes ficam sempre com algum grau de dependência. Há que diminuir isso e também apoiar a família, para apoiar o doente naquilo que ele não é capaz de fazer”.
António Tavares

03/11/2021
 

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