Edição nº 1738 - 20 de abril de 2022

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

AINDA SOBRE A GUERRA. Todos os dias se escreve sobre a guerra, por jornalistas, especialistas, analistas. Já pouco mais se pode escrever alguma coisa que ainda não tenha sido escrito. Mas não posso deixar de trazer para aqui o medonho cinismo de Putin que tendo ao seu lado o fantoche bielorrusso Lukashenko, em resposta a uma pergunta oportunamente posta por um trabalhador do novo centro espacial russo que estavam a visitar, afirmou, sem se rir, que através desta operação especial (ok, não falemos de guerra) a Rússia, estava a salvar o povo ucraniano. Estava a salvar crianças quando bloqueou durante três dias uma caravana de ambulâncias que transportava crianças ucranianas doentes ou feridas. Estava a pensar nos ucranianos salvos pelas bestas que cometeram incontáveis crimes de guerra em Busha e agora premiou com distintivo especial. O assassínio e violação de idosos, mulheres e crianças pelas tropas russas serão talvez na sua mente doentia, uma forma de passagem do inferno das cidades feitas pó, para o paraíso do eterno.
Ainda sobre a guerra. Monstro é Putin, mas não menos monstros são aqueles que aproveitam os dramas e o estado de fragilidade psicológica de tantas mulheres e crianças ucranianas, para fazerem tráfico humano como se eles fossem simplesmente mercadorias para o negócio do sexo e da pedofilia. Fazem muito bem as autoridades em controlarem, agora de forma o mais possível eficaz, a entrada de refugiados em Portugal como em qualquer país da Europa. Temos obrigatoriamente de separar as boas vontades, os possuidores de sentimentos solidários, daqueles que querem tirar deste movimento solidário que atravessa toda a Europa, benefícios económicos ilegais. Uma monstruosidade é também o que o governo de Boris Johnson vai implementar para combater a migração ilegal. Trata-se de enviar para o Ruanda todos aqueles migrantes que se atrevam a querer entrar no Reino Unido sem autorização. Quem não estiver pelos ajustes, que regresse à sua terra, seja ela de fome ou guerra, pelos restantes o país africano vai receber contrapartidas económicas. Enfim, uma desumanidade e um negócio de transações humanas.

DESDE JÁ HÁ ALGUNS ANOS, desde o tempo da vereação do comendador Joaquim Morão, que a cultura em Castelo Branco tem um lugar de destaque. Seja música clássica, jazz ou popular; algum teatro e muitas exposições de arte. Ou não tivéssemos aqui o incontornável museu Gargaleiro. E no museu Francisco Tavares Proença Jr., espaço por onde tem passado a obra de tantos artistas, temos agora uma ampla exposição do grande pintor Nadir Afonso. Um acontecimento cultural que teve tal receção por parte dos albicastrenses e visitantes, que a exposição que já contou com mais de seis mil visitantes se vai estender até 16 de junho. E para apreciar em toda a plenitude a arte de Nadir Afonso, nada melhor que ler também O Homem Infinito, a biografia escrita pelo jovem escritor albicastrense Guilherme Pires, apresentada passado sábado no mesmo espaço da exposição. Uma excelente escrita e exaustivo trabalho de pesquisa sobre o multifacetado Nadir Afonso que resultou numa obra que li de um fôlego, e estamos certos, vai ser considerada de referência.

20/04/2022
 

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