Edição nº 1757 - 7 de setembro de 2022

COM LIBERTAÇÃO DE DUAS AVES NO TEJO INTERNACIONAL
Dia dos Abutres assinalado

O Dia Internacional dos Abutres celebra-se anualmente no primeiro sábado de setembro, com a finalidade de alertar para a importância da conservação destas aves, vitais para os ecossistemas, e chamar a atenção da sociedade para as sérias ameaças que as mesmas enfrentam.
O Dia Internacional dos Abutres surgiu no âmbito da iniciativa Vulture Awareness Days, promovida pelo Birds of Prey Programme of the Endangered Wildlife Trust, na África do Sul, e pela Hawk Conservancy Trust, em Inglaterra, que decidiram trabalhar em conjunto para tornar esta ação num evento internacional e com abrangência global.
Atualmente, o Dia Internacional dos Abutres tem como objetivo sensibilizar a comunidade internacional para a conservação dos abutres e para a sua importância ecológica e destacar o trabalho fundamental desenvolvido por conservacionistas em todo o Mundo em prol da preservação destas espécies.
As aves necrófagas são aquelas que têm a sua alimentação baseada em cadáveres de animais. Estas espécies cumprem uma função essencial e contribuem para o equilíbrio dos vários ecossistemas, visto que, ao consumirem animais mortos, eliminam, de forma rápida e eficaz, as carcaças desses animais no campo, evitando, assim, a propagação de doenças contagiosas e assegurando o bom funcionamento da rede trófica na Natureza.
A QUERCUS celebrou este dia participando neste evento mundial com a libertação no Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI) de dois abutres recuperados no CERAS em Castelo Branco e fazendo o balanço da época de reprodução de 2022 de várias espécies de Abutres ameaçadas deste Parque Natural.
Assim, segundo é adiantado, dados da Quercus provenientes de vários projetos de conservação e dos CRAS (Centros de Recuperação de Fauna) recolhidos entre 1999 e 2021, permitem concluir que em 197 registos de mortalidade não natural das três espécies de abutres presentes em Portugal (Grifo, Abutre-preto e Abutre do Egito) as principais ameaças para as aves necrófagas foram os envenenamentos (45 por cento) seguida das electrocuções em postes elétricos de média tensão (20 por cento) e a falta de alimento (12 por cento), entre outras como o tiro e colisões com aerogeradores.
De igual modo é avançado que nos últimos anos tem ocorrido um aumento de intoxicações provocadas por chumbo. As amostras de sangue e penas recolhidas foram analisadas pelo Departamento de Toxicologia da Universidade de Murcia para metais pesados (mercúrio, chumbo, cádmio, arsénico, zinco e cobre) e resíduos de medicamentos veterinários (antibióticos e anti-inflamatórios não esteroides). Os resultados gerais apresentaram valores baixos com exceção do chumbo, antibióticos e anti-inflamatórios. Para o chumbo foram encontrados valores médios de 46.1 (ìg/dL) de chumbo no sangue e 1045,14 (ng/g) nas penas. Os resultados das análises aos níveis de chumbo nas penas reafirmam a necessidade de continuar com o monitorização analítica destas aves necrófagas em pró ximas campanhas dado os valores detetados.
A Quercus realça que “tem vindo a trabalhar ativamente para minimizar estas ameaças através do trabalho dos seus CRAS e de vários projetos de conservação da biodiversidade como o projeto Linhas Elétricas e Aves, o programa Antídoto, o SAANTI - Sistema de Alimentação de Aves Necrófagas do Tejo Internacional, assim como no Programa de Monitorização de Avifauna em parceria com o ICNF. Estes trabalhos de monitorização enquadram-se no âmbito do projeto Investigação e monitorização de avifauna no PNTI, ao abrigo do protocolo de colaboração assinado entre o ICNF, a Quercus e o Fundo Ambiental”.
A Quercus afirma que “o abutre-preto (Aegypius monachus) é uma ave necrófaga ameaçada, classificada em Portugal como Criticamente em Perigo. Deixou de nidificar em Portugal no início da década de 1970. Só em 2010 esta espécie regressou como reprodutora no Tejo Internacional, nesse ano com dois casais, no Douro Internacional e, desde 2015 também no Alentejo.
O PNTI alberga a maior colónia nidificante de abutre-preto em Portugal, a segunda maior população nacional de abutre do Egito e de grifo e diversas espécies de avifauna criticamente ameaçadas e de elevado valor biológico.
Este ano nidificaram 31 casais de Abutre-preto no Tejo Internacional o que representa uma tendência de recuperação da espécie em Portugal, e que representa já mais de 70 por cento da população nacional da espécie. Destes, três casais reproduziram-se em terrenos propriedade da Quercus, no Parque Natural do Tejo Internacional, um deles numa plataforma ninho artificial e os outros dois em ninho natural. Esta época de reprodução voaram 10 crias de Abutre-preto no PNTI. As crias foram marcadas, foi monitorizado o seu estado sanitário e recolhidas amostras para dar continuidade aos estudos de toxicologia”.

07/09/2022
 

Outros Artigos

Em Agenda

 
07/03 a 31/05
Memórias e Vivências do SentirMuseu Municipal de Penamacor
12/04 a 24/05
Florestas entre TraçosGaleria Castra Leuca Arte Contemporânea, Castelo Branco
14/04 a 31/05
Profissões de todos os temposJunta de Freguesia de Oleiros Amieira

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video