CULTURA
Antonieta Garcia apresenta Sagrado Criptojudeu - Orações
Sagrado Criptojudeu - Orações é o título da obra da investigadora e professora universitária, Antonieta Garcia, que é apresentado na próxima sexta-feira, 23 de setembro, a partir das 21 horas, na Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade, no Fundão.
A obra é editada pela RVJ Editores e na sessão serão lidas orações, por Adelino Pereira, sendo ainda projetado um vídeo sobre o tema.
O livro apresenta preces onde “sobressai a ligação a textos da tradição oral, a narrativas bíblicas que veiculam doutrinas, preceitos e princípios éticos”.
A autora adianta, nesta sua obra, que “as orações desvelam o vínculo entre religiões” e que “as preces divulgaram e perpetuaram velhas tradições, e normas gerais de religiosidade”.
Sobre a nova obra de Antonieta Garcia é adiantado que “as orações acompanham o quotidiano dos crentes. Por terras da Beira Interior, ainda nos cruzamos com pessoas que, pela rua, à janela, à porta, desfiam as contas do terço/rosário e rezam. Quando se levantam, enquanto se lavam ou cozinham, e à noitinha, quando se deitam… movem os lábios silabando palavras de orações. Defende Antonieta Garcia que com uma longa história, fórmulas categorizadas como mágicas ou como religiosas têm o mesmo objetivo: assegurar a ligação com o sagrado, validar um seguro contra riscos, garantir uma proteção/ressurreição. Pilares identitários de comunidades fiéis a uma religião, os crentes confiam no poder da palavra que garante uma permanência alargada no espaço divino.
Os vocábulos, na oração, obedecem a uma ordem, a um encadeamento e a uma harmonia sonora que operam o sagrado. Ainda segundo a autora, em comunidades beirãs, houve textos de orações que se perpetuaram, durante séculos. E questiona: como manter a indiferença quando, em Belmonte, na década de oitenta do Século XX, mulheres judias rezavam, entre outros, textos próximos dos registados em processos inquisitoriais do Século XVI?”.