Aldeia de Corgas celebra resinagem em sessão cultura
Os filhos da Resina foi o nome da sessão cultural realizada na aldeia de Corgas, no Concelho de Proença-a-Nova, dia 30 de outubro, que destacou novamente o papel deste produto endógeno como marca desta povoação.
A sessão programada esteve dividida em cinco pontos, sendo inaugurada com a moderação de Elsa Ligeiro, responsável da editora Alma Azul, e a presença do presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo, do presidente da Associação Desportiva Cultural e Recreativa das Corgas (ADCRC), Paulo Martins, da deputada da Assembleia da República eleita pelo Círculo Eleitoral de Castelo Branco, Paula Reis.
João Lobo começou por apontar no arranque da sessão que “está aqui bem demonstrado que não é a dimensão do lugar nem a condição deste que faz a diferença relativamente ao que as comunidades podem criar”. Na ótica do autarca a dinamização deste tipo de atividades vai de encontro ao trabalho conduzido pelo Câmara, que “também pela cultura, na vertente da escrita em prosa e da poesia, se traduziu através da escolha da resina como tema para os textos do Prémio Literário 2022, porque muitas pessoas desta povoação foram resineiros e conseguiram criar bastante valor a partir desta atividade”.
Além do ponto de vista cultural, João Lobo referiu-se ainda ao ordenamento do território como uma das principais preocupações, que, segundo o próprio fazem também parte da linha estratégica da autarquia, sendo que “as Corgas estão inseridas numa área de intervenção e gestão da paisagem, revelando aquilo que é o futuro próximo dos nossos territórios. É essa preocupação de olhar para o território e ordená-lo na sua generalidade”.
Após um momento inicial, foram declamados e apresentados poemas e textos sobre a resina e outros trabalhos de diferentes vertentes, entre os quais o poema Sabor do Sol e da Resina, da autoria de Luís Aguiar; Néctar que mudou vidas, de Virgílio Moreira; e Sonhos dos filhos da Resina, de Idalina Chícaro.
Foram também apresentados os livros/textos Livros à lareira com chá, de Dora Silva, e Aberto para sempre o coração de mais uma estação, de Sandra Inácio Tavares, entre outros momentos culturais.
Paula Reis afirmou já no final da sessão haver “um fio condutor entre todos os presentes: o amor à terra, seja ela qual for. Este amor liga-nos e faz-nos pensar sobre a melhor forma de interagir com ela e de a tentar salvaguardar por todas as maneiras. E este sentimento não se desliga dos poetas, que também transmitem esse sentimento. Não conheço de perto e ao detalhe a vida dos resineiros, mas aquilo que nos une é a emoção que isso nos traz e que nos faz voltar a cada vez. Obrigado às Corgas por manter viva este sentido de pertença e de comunidade”.