Edição nº 1766 - 9 de novembro de 2022

Antonieta Garcia
A TERMINOLOGIA TENDE A SER FIDALGA...

De há uns tempos a esta parte, saltam-me, com frequência, em linhas desarrumadas, textos quase sem sentido; a terminologia tende a ser fidalga, mas pouco sólida. O que dizem de si? Apesar de conversas centenárias usa e abusa, sempre que pode, umas guerras de canetas conflituosas (mais aristocráticas do que as popularíssimas esferográficas), para marcar sítio legível para o seu brasão ilustre:
- Este é o meu lugar! Daqui, falo eu! - etiqueta o interlocutor.
Certo é que a monarquia nunca foi tão badalada, tão contestada, tão coscuvilhada, tão propagada... como nos nossos dias. Numa guerra entre o sim e o não “real” quem vence? Em todos os lados há telhados de vidro e os boatos enchem as bocas do mundo notável com notícias velhas e novinhas em folha.... Doutro ponto de vista, nem vale a pena pesquisar: por dá cá aquela palha, gente caladinha enrija a má-língua, desafia os costumes, e, um- agora- zanga-te tu, contra agora zango-me eu, prolonga-se a discussão e por ali gastam-se em contendas, horas a fio, com quedas de méritos de fazer dó...
Não é de vontade o conflito? Não será..., mas causticadas as palavras vão-se tolerando, registando monarquicamente:
- Para a minha princesa que faz dezasseis anos e nos enche a vida de alegria, bla, bla, bla, bla...
- Olhem-me esta princesa sorridente que a todos seduz e é linda, linda, linda, linda....
Nascem princesas, a mãe e a filha são belas e estão bem... Não dou conta de rainhas, condessas, marquesas, baronesas... Princesa é que é um nome suficiente que, afinal, não identifica ninguém, por nomear tanta gente, de tanto território... Rainha será mais tarde, se alguma vez os astros se conjugarem para contarem felicidade(s) de contos de fadas. E no mundo em que vivemos, as aristocráticas passeiam, os títulos nobiliárquicos contam-se às grosas, que a endogamia faz a diferença entre plebeus e ilustres e, atualmente, a moda pôs rios de água na eleição do nome geral das meninas protagonistas do facebook.
- Princesa!!! – Vejam bem, chamam a uma bebé acabadinha de nascer que só dorme, come e chora!!!
Porquê Princesa? Que imagem pode ocupar neurónios tão afidalgados? Zanguei-me com a monarquia! Ora, de beleza tamanha é a representação da nossa República.... republicana sem outros ademanes para além das cores da bandeira nacional e do hino, A Portuguesa?
Republicana não nasce princesa, nem condessa, duquesa ou baronesa, ou fidalga enfastiada, malfadada... É Republicana democraticamente e pronto!
Palavra extensa? Republicana é Mulher com todos os pontos nos “is “, terra-mãe e raiz de vozes preciosas que cantam com republicanos sadios, bigodudos e são os heróis do mar / nobre povo/. nação valente...
E lá estão as nobrezas que todos veem, reveem e elogiam. Os republicanos com o título maior: nasceu a República que é minha e tua, e nossa... Fraterna!!!
A palavra é extensa, mas sem reis, rainhas, condes, condessas e fidalgos quejandos, embrulhados em jogos de carlotas, joaquinas, fidalgos, ladrões .... acaba o feitiozinho pobrinho dos nobres, das princesas, e dos títulos e assim.
Qualquer nome (Maria, Dinis, Joana, Estefânia, Afonso, Beatriz, Teresa....) batiza qualquer cristão, agnóstico ou ateu; nomes sadios, vadios... companheiros de vulgaridade principesca ou de outra lei qualquer... Deixem as princesas cansadas soltarem uma lágrima alvoroçadora que, em bem, rejuvenesce portuguesas e portugueses à maneira!
Já agora, vamos pensar também nas feias “fofuras” companheiras de sorte das tristes princesas?.

09/11/2022
 

Em Agenda

 
07/03 a 31/05
Memórias e Vivências do SentirMuseu Municipal de Penamacor
12/04 a 24/05
Florestas entre TraçosGaleria Castra Leuca Arte Contemporânea, Castelo Branco
14/04 a 31/05
Profissões de todos os temposJunta de Freguesia de Oleiros Amieira

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video