Edição nº 1797 - 14 de junho de 2023

É TEMA DE OFICINA
Prevenção, detenção e combate do peixe-gato-europeu

O peixe-gato-europeu ou siluro, espécie invasora introduzida ilegalmente nos lagos e albufeiras do Sul da Europa e que representa uma ameaça à biodiversidade, foi o tema da oficina promovida pela equipa nacional coordenadora do projeto Life Predator, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em parceria com a Câmara de Vila Velha de Ródão. A iniciativa, que decorreu no Cais de Ródão, dia 18 de maio, debateu a problemática e opções de controlo desta espécie e incluiu uma sessão prática.
Resultante de uma parceria entre Portugal, Itália e a República Checa, que conta com cofinanciamento da União Europeia, através do programa europeu LIFE, e da autarquia Rodense, o projeto Life Predator teve início em setembro de 2022 e tem como objetivo reduzir os impactos do peixe-gato-europeu na biodiversidade, contando com uma equipa de 11 investigadores dos três países, da qual fazem parte sete professores e investigadores de três unidades de investigação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
A oficina agora realizada é uma das muitas ações previstas neste projeto, que decorre até 2027, e teve como destinatários pescadores profissionais e lúdicos, entidades locais e regionais, como municípios, juntas de freguesia, entidades fiscalizadoras, como o Serviço de Proteção da natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana (GNR), a Guarda Florestal e os Vigilantes da Natureza do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), e contou com a participação de cerca de 75 pessoas de diferentes regiões de Portugal.
Dividido em dois momentos, o programa foi dedicado à apresentação do projeto Life Predator e das ações previstas para os próximos anos, seguido de uma sessão prática, que contemplou demonstrações de diversas formas de pesca, designadamente, a pesca elétrica, a pesca com redes e palangres; o reconhecimento de espécies piscícolas do Rio Tejo capturadas em redes e a apresentação de artes de pesca para controlo desta espécie. Nesta segunda parte prática foram capturadas no Rio Tejo apenas espécies exóticas invasoras como a Lucioperca, o Achigã, a Carpa, incluindo quatro exemplares de peixe-gato-europeu com aproximadamente um metro.
Filipe Ribeiro, investigador do MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, afirmou que “a forte adesão à oficina do Life Predator por diferentes grupos da nossa sociedade, como os pescadores, os municípios e as forças de vigilância, mostra a enorme necessidade em adquirir conhecimento sobre as espécies invasoras e gerir esta problemática nos ecossistemas aquáticos. Sendo o peixe-gato-europeu a invasora mais emblemática e preocupante, devido ao enorme tamanho que pode atingir, 2,8 metros e 120 quilogramas, mas também à ausência de inimigos naturais. Se nada for feito esta espécie irá dominar os nossos rios”.
Por seu lado o presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, salientou que “este projeto científico e de investigação representa uma mais-valia para o nosso território, já que vem consciencializar a população para o problema das espécies invasoras e para a importância do equilíbrio ambiental, contribuindo assim para a redução do impacto negativo daquela espécie no rio e para uma melhor gestão ambiental”.

14/06/2023
 

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