Edição nº 1851 - 3 de julho de 2024

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

O MUNDO ESTÁ PERIGOSO, digo mais, está mesmo muito perigoso. Ou como dizia José Pacheco Pereira, numa visão pessimista (ou realista?) do Mundo, vamos entrar numa era negra da história. No horizonte as nuvens escuras encapeladas prenunciam forte tempestade. Pior ainda, nuvens negras a aproximarem-se de várias direções que dão sempre as piores tempestades, capazes de fazer naufragar as democracias liberais.
Do outro lado do Atlântico o debate entre Biden e Trump fez soar as campainhas de alarme entre todos aqueles que prezam um mundo seguro e com respeito pelas regras democráticas, porque foram evidentes as fragilidades manifestadas pelo presidente dos EUA. Tantas fragilidades, que a maioria dos analistas consideram ser muito difícil que consiga enfrentar uma figura como o Trump, mentiroso, narcisista patológico, incapaz de criar empatias, vingativo, criminoso condenado. O frente a frente pode ter levantado dúvidas sobre as atuais capacidades físicas e cognitivas de Biden, mas o comportamento, as respostas tontas de Trump, também não terão conquistado muito mais eleitorado para além dos seus seguidores fanáticos, da ala mais extremista de um Partido Republicano confrangedoramente refém de uma personagem que numa democracia saudável, depois de todas as malvadezas que já fez e das enormidades que diz, estaria há muito no caixote do lixo da História.
Apetece-me fazer minhas as palavras de Miguel Esteves Cardoso: “Trump é muito pior do que Biden, porque não se apoia nos conselheiros, não respeita nem a inteligência nem a cultura, é um bárbaro e um narcisista, descontrolado e vingativo. As brancas de Biden não têm importância nenhuma: ele está apoiado por grandes cabeças, frias e ponderadas. O que interessa em Biden são as coisas mais importantes: é a decência, a experiência democrática, o respeito pelas diferenças e pelas liberdades. Biden não é um selvagem. Biden não despreza os colaboradores. Biden atrapalha-se quando quer mentir. Biden tem vergonha na cara. É um moderado, um apaziguador, um bem-disposto, um sentimental, um gajo porreiro!. Quem sabe se não é isto o que pensam muitos americanos, a acreditar nas sondagens realizadas logo a seguir ao debate que deram resultados semelhantes ou até ligeiramente melhores para o atual presidente.
Os tempos difíceis que se avizinham na Europa não virão apenas da possível deriva de uns EUA, isolacionista e distante ou indiferente às políticas de defesa da Europa e da NATO, que pode redundar em derrota da Ucrânia e reforço de Putin. A vitória iminente e acesso ao poder da extrema-direita francesa é também muito preocupante. Veremos se os democratas franceses unidos numa aliança da esquerda e centro, serão suficientes para impedir a maioria absoluta da União Nacional de Marine Le Pen. Domingo saberemos, mas está escrito nas estrelas que Marine Le Pen ainda vai morar um dia no Élysée.
Não vale a pena escamotear o problema, num mundo global como aquele em que se vive, as decisões ou opções políticas que se tomam em certos países têm consequências muito para além das suas fronteiras. Vai-nos afetar a nós todos, e a Europa pode estar no centro do furacão. Muito trabalho pela frente vai ter um conciliador nato como é António Costa.

03/07/2024
 

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