15 DE SETEMBRO marca o fim do período de férias para a maioria da população ativa. É o regresso à rotina, até mesmo a possibilidade da depressão pós-ferias de que, páginas adiante, fala a nossa colaboradora Patrícia Bernardo. Mas é também o início do ano escolar, com as ruas adjacentes às escolas a animar de bulício e cores.
De acordo com os dados mais recentes disponibilizados pela Pordata, serão mais que os 7819 jovens que frequentaram em 2024 as escolas do Concelho de Castelo Branco, se se confirmar a tendência de crescimento (mais 316 no ano passado). Crescimento em Castelo Branco, como na generalidade do Distrito, o que é uma boa notícia. Não disponho de dados, mas há a perceção de que este aumento de população escolar também poderá ser explicado, em parte, pela fixação na região de número significativo de migrantes jovens. A propósito, ainda há muito pouco tempo foram publicados dados compilados pela Pordata que mostra que pertencem ao nosso Distrito os três concelhos que mais reduziram o índice de envelhecimento entre 2021 e 2024: Penamacor, Oleiros e Vila de Rei.
Marcado pelas restrições de utilização do telemóvel até ao segundo ciclo ou mesmo terceiro ciclo, o novo ano escolar começou em geral com os mesmos velhos problemas, a falta de professores. Um problema que, creio, não afetará muito as escolas da nossa região que tem acolhido novos professores atraídos pelo menor custo de vida, menos violência e indisciplina, tudo aquilo que para os professores significam qualidade de vida e saúde mental.
Explica-se a atual falta de professores pelo envelhecimento da classe, pelo perda de prestígio social da classe, também derivada da precariedade, e por se terem fechado muitos cursos de formação inicial de professores, numa época em que a entrada na carreira docente era um sonho quase inalcansável. Lembro-me que, enquanto professor na formação inicial, quando tentava um discurso motivacional, sobre a importância e a beleza da profissão docente, uma aluna me responder, com “ó professor, é tudo muito lindo, mas sei que o mais provável será o meu futuro passar por uma caixa de hipermercado”. Felizmente, uma carreira mais atrativa, menos precária, aliada às regras do mercado de emprego, fez reabrir os cursos com as vagas a concurso a serem completamente preenchidas com candidatos a portadores de boas notas, foi mesmo notícia o aluno que, com média de 19,3 valores, se inscreveu no curso de Educação Básica.
Fecho por esta semana, desejando aos professores e alunos todo o sucesso, que vivam a escola na sua plenitude, que seja um espaço para aprender e ser feliz.

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