Edição nº 1656 - 16 de setembro de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

HÁ UMA POLÉMICA INSTALADA NA SOCIEDADE PORTUGUESA. Uma questão de valores que divide entre os que recusam o papel formativo da escola pública, através da existência de uma disciplina curricular dos primeiros, segundos e terceiros ciclos que se chama Educação para a Cidadania, uma disciplina transversal às várias disciplinas, de frequência obrigatória e por outro lado, aqueles que defendem a sua existência por a considerarem fundamental na formação pessoal dos jovens. Sobre este assunto convido os leitores da Gazeta do Interior a ler o texto que hoje publicamos do nosso colaborador, professor José Dias Pires. É uma clivagem evidentemente ideológica sobre um assunto que já vem do final do ano letivo anterior e que foi despoletado pela recusa de uns pais em permitirem que os seus dois filhos, excelentes alunos, frequentassem a disciplina sofrendo a consequente reprovação. Uma disciplina cujos conteúdos se estendem (e retiro da página do Ministério da Educação) pela educação para os direitos humanos; educação ambiental/desenvolvimento sustentável; educação rodoviária; educação financeira; educação do consumidor; educação para o empreendedorismo; educação para a igualdade de género; educação intercultural; educação para o desenvolvimento; educação para a defesa e a segurança/educação para a paz; voluntariado; educação para os media; dimensão europeia da educação; educação para a saúde e a sexualidade. E sublinhando a autonomia da escola para desenvolver estes conteúdos de acordo com os problemas sentidos na comunidade onde se insere. Alguém de bom senso e responsável pode contestar o interesse da existência de uma disciplina assim para a formação do jovem? Claro que o nó górdio está na sexualidade. E estes pais, como as individualidades que assinaram o documento que pede o caráter facultativo, não acreditarão no bom senso e aptidão científica e didática dos professores?

ANTÓNIO COSTA E A SUA DECISÃO de colocar o seu nome na lista de individualidades que apoia a recandidatura de Vieira à presidência do Benfica foi outro assunto que marcou a semana. O que fica da polémica é a estranheza de ver um António Costa, famoso pela sua habilidade e faro político, não ter antecipado as quase unânimes reações negativas à sua decisão. Sem qualquer polémica, já tinha integrado a lista de apoio nas anteriores eleições, mas agora os tempos são outros, todos sabem que Vieira está envolvido em vários casos mediáticos, os portugueses já repudiam a promiscuidade entre política e futebol e o primeiro-ministro em funções é sempre visto pelos portugueses como primeiro-ministro, qualquer que seja o contexto de intervenção. Adivinha-se que se vai arrepender. E muito. Não havia necessidade.

16/09/2020
 

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