4 dezembro 2013

Junta de Freguesia da União de Freguesias de Monfortinho e Salvaterra do Extremo
Serviço de Atendimento Permanente de Idanha-a-Nova não pode encerrar

O encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Idanha-a-Nova foi uma preocupação fortemente evidenciada por Paulo Lopes, da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Monfortinho e Salvaterra do Extremo, na conferência de Imprensa realizada sexta-feira, no Hotel Fonte Santa, Termas de Monfortinho.
“É uma possibilidade a que nos opomos por considerarmos completamente inaceitável. É um ataque às populações da União de Freguesias de Monfortinho e Salvaterra do Extremo. É uma medida que nem a atual situação financeira do País poderá fundamentar”, garante o autarca.
Para Paulo Lopes, o encerramento da unidade de saúde “significará um forte revés nas condições de vida das populações que representamos e servimos. Penalizará uma região que, infelizmente, já sofre das vulnerabilidades inerentes aos territórios de baixa intensidade. Agravará de forma determinante a desertificação do território e limitará o seu potencial de desenvolvimento futuro”.
Acrescenta que “é necessário que os nossos governantes entendam toda a gravidade e alcance do eventual fecho do SAP de Idanha-a-Nova. As consequências serão sociais e económicas. E as populações de Monfortinho e Salvaterra do Extremo serão, no Concelho de Idanha-a-Nova, provavelmente as mais afetadas”, admite.
Implicação imediata do encerramento do SAP será a necessidade de, por exemplo, um habitante das Termas de Monfortinho percorrer 125 quilómetros até ao Hospital Amato Lusitano (HAL), em Castelo Branco. Ainda que necessitado de cuidados de saúde urgentes, esse cidadão terá de percorrer uma distância imensa para ter acesso a cuidados básicos.
Outra implicação será o aumento do número de residentes de Monfortinho e Salvaterra do Extremo que optam por recorrer a serviços de saúde em Espanha. Paulo Lopes adianta que “temos conhecimento que habitantes destas freguesias adquirem o Cartão Europeu de Seguro de Doença, que lhes garante o mesmo acesso aos cuidados de saúde do setor público (ou seja, um médico, uma farmácia, um hospital ou um centro de saúde) que os espanhóis têm direito. É uma realidade que, já por si, evidencia lacunas no Serviço Nacional de Saúde. Lacunas, essas, que interessa combater, não agravar. Nunca aceitaremos, nem o País poderá aceitar, que os residentes de Monfortinho e Salvaterra do Extremo sejam encarados como cidadãos de segunda”, reitera.
Mas o fecho do SAP não trará apenas menor qualidade de vida aos cidadãos residentes destas localidades. Também os turistas e visitantes ficarão gravemente prejudicados. Termas de Monfortinho é uma povoação dotada de uma oferta turística e hoteleira de excelência, procurada por turistas de todo o Mundo. Perderia, inevitavelmente, competitividade face a outros destinos turísticos: portugueses e estrangeiros. A oferta de serviços de saúde é um fator determinante na afirmação de qualquer destino turístico de qualidade. Mais ainda quando se situam no mundo rural, cada vez mais desprovido de serviços essenciais. As consequências para as unidades hoteleiras aqui instaladas seriam devastadoras. “Colocar-se-ia em causa todo o esforço que tem sido feito na afirmação do espaço rural como destino turístico de qualidade”, sublinha o autarca
Também presente na conferência de Imprensa e preocupado com esta situação, o presidente da Câmara de Ida- nha-a-Nova, Armindo Jacinto, referiu que o “encerramento do Serviço de Atendimento Permanente de Idanha-a-Nova, a somar ao possível encerramento das Finanças e de outros serviços públicos, contribuem para o despovoamento e desertificação desta região e não ajudam à captação de investimento e à criação de riqueza e emprego no Concelho”. Considera ainda que “estas medidas tomadas pelo Estado, baseadas em estatísticas e números, não se regem pelo princípio da igualdade, retirando qualidade de vida e penalizando os idanhenses em relação aos habitantes de outras cidades ou concelhos do País”.
“Esta preocupação estende-se a outros municípios da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, que pretende desenvolver estratégias de atuação comuns, em defesa das melhores condições de vida para a região”, acrescentou ainda o edil.
Entretanto, ontem, terça-feira, à hora do fecho da edição da Gazeta, a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Idanha-a-Nova, estava a dinamizar uma ação de protesto, em frente à Câmara de Idanha-a-Nova.
A Comissão, em comunicado, refere que “depois de iniciar, no dia 1 de dezembro, o encerramento destes serviços, entre a meia noite e as oito da manhã, imposição que contou com a contestação local de dezenas de cidadãos, o Ministério da Saúde prepara-se para alargar esse encerramento logo a partir das 20 horas, no início do próximo mês de janeiro”.
Acrescenta que “estas decisões do Governo, na opinião da Comissão de Utentes e da larga maioria dos residentes no Concelho, irão trazer mais dificuldades aos munícipes de Idanha-a-Nova, condicionando o seu acesso a serviços essenciais para a vida das populações”.

04/12/2013
 

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