Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco
Unidade de Cuidados Continuados continua à espera de abrir, apesar da promessa do Governo
A Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) da Misericórdia de Castelo Branco continua à espera de luz verde para abrir, depois da garantia dada pelo Governo de que iria abrir em maio.
“A Misericórdia tem a unidade pronta a abrir, está totalmente equipada e já temos feita a seleção do pessoal”, disse o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco.
Cardoso Martins explicou que vai insistir junto do secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde, “para ver o que é que ele tem para me tranquilizar em relação à abertura da unidade”.
O governante garantiu em fevereiro, durante as cerimónias comemorativas dos 500 anos da Misericórdia local, onde esteve presente o Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, que a UCCI entrava em funcionamento no mês de maio.
O provedor da instituição explicou ainda que o presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), José Tereso, esteve em Castelo Branco em abril para estabelecer a data de abertura da UCCI.
“No dia 16 de abril, o presidente da ARSC esteve em Castelo Branco e procuramos estabelecer qual o dia da abertura, já que no início de maio nos parecia completamente impossível, porque da parte do Governo, não estavam dados os passos essenciais para que isso pudesse acontecer”, adiantou Cardoso Martins.
Segundo o provedor da instituição foi estabelecido, com a concordância de José Tereso, o dia 26 de maio para a abertura da UCCI.
“Ele levou esta data e fiquei à espera de alguma confirmação da parte do presidente da ARSC. Como tal não aconteceu, mandei um e-mail a pedir para nos confirmar, dado que tínhamos acordado a data e estava tudo a postos”, referiu.
Cardoso Martins referiu que embora por parte de José Tereso tenha havido a garantia de tudo fazer para que se cumpra a abertura da unidade a 26 de maio, “foi feita uma norma em que em vez de dois interlocutores no processo (ministérios da Saúde e da Solidariedade, Emprego e Segurança Social), passou também a interferir o Ministério das Finanças”.
O processo está agora dependente de um despacho destes três ministérios. “Tudo isto está a demorar, porque o Governo ainda não definiu quais as camas que vai atribuir (média ou longa duração ou ambas) às diversas unidades” que desde janeiro aguardam por luz verde.
“É esta dificuldade que estamos a sentir. Eles já perceberam que isto não é fácil e também não se resolve com aquele simples dizer que não há dinheiro. Não, tem que haver dinheiro para o essencial e as coisas não podem parar”, sublinha Cardoso Martins.
O provedor da instituição disse, a concluir, que além da grande dificuldade de estar há ano e meio à espera de abrir a UCCI, “a suportar encargos bancários elevados sem ter nenhum retorno”, ainda assim “espero que se faça justiça”.
A UCCI, um investimento de cinco milhões de euros, representa para a Misericórdia local um encargo mensal de 15 mil euros, devido ao recurso a um empréstimo bancário no valor de dois milhões de euros.
Tem capacidade para 37 camas de média duração e 17 camas de longa duração, apesar do edifício ter uma capacidade máxima para 61 camas.